OEE (Overall Equipment Effectiveness)
Na indústria moderna, eficiência não é um luxo, é uma necessidade – dominar o “OEE” é garantir competitividade e crescimento sustentável.
Cada minuto de paragem não registado é uma oportunidade de melhoria desperdiçada – use o “OEE” para transformar dados em ação.
Medir é essencial, mas melhorar é obrigatório – o “OEE” não é um número, é um caminho para a excelência operacional.
O segredo das empresas de classe mundial não está no que produzem, mas na forma como eliminam desperdícios – e o “OEE” é a bússola dessa jornada.
Não basta calcular o “OEE”, é preciso agir sobre ele – identificar perdas, corrigir falhas e otimizar processos é o verdadeiro desafio.
Na Indústria 4.0, quem controla o “OEE” não apenas melhora a produção, mas redefine o futuro da sua empresa.
“OEE” não é só um indicador, é um reflexo da cultura da empresa – adote a mentalidade de melhoria contínua e os resultados surgirão.
Índice
- 1. Introdução
- 13. Estudo de Caso
1. Introdução
- Num ambiente industrial altamente competitivo, onde a eficiência produtiva determina a sustentabilidade e a competitividade das empresas, a medição e otimização do desempenho dos equipamentos tornou-se essencial. O OEE (Overall Equipment Effectiveness) surge como uma métrica fundamental para avaliar a eficácia dos equipamentos produtivos, permitindo às empresas identificar perdas, aumentar a produtividade e reduzir desperdícios.
- Este trabalho explora a origem, evolução e aplicabilidade do OEE, abordando os seus três pilares fundamentais – Disponibilidade, Desempenho e Qualidade –, bem como os desafios na sua implementação, os métodos para otimizar a métrica e o impacto direto na rentabilidade empresarial. Adicionalmente, são apresentados exemplos práticos e casos de estudo que demonstram como a melhoria do OEE pode transformar a produtividade e competitividade das empresas.
- Compreender e aplicar corretamente o OEE é, hoje, uma necessidade estratégica para qualquer empresa industrial que pretenda aumentar a sua eficiência e manter-se competitiva num mercado global em constante mudança.
2. Origem e Evolução
- O conceito de OEE (Overall Equipment Effectiveness) tem raízes na evolução das práticas de gestão industrial, particularmente no âmbito do Lean Manufacturing e da Manutenção Produtiva Total (TPM – Total Productive Maintenance). A sua origem e desenvolvimento podem ser analisados em três fases principais:
- Origem: A TPM e a Introdução do Conceito de OEE
- O conceito de OEE surgiu no Japão, na década de 1960, dentro da Nippon Denso, uma subsidiária da Toyota.
- Foi desenvolvido como parte do Total Productive Maintenance (TPM), um sistema criado por Seiichi Nakajima, pioneiro na gestão da manutenção industrial.
- O objetivo inicial do OEE era medir a eficiência dos equipamentos de produção e identificar perdas associadas à indisponibilidade, baixa velocidade e defeitos de qualidade.
- Dentro do TPM, o OEE surgiu como um dos principais indicadores para avaliar e melhorar a produtividade global dos equipamentos.
- Consolidação e Aplicação na Empresa
- Nos anos 1970 e 1980, o conceito expandiu-se e foi adotado por diversas empresas japonesas, especialmente no setor automóvel, como parte das iniciativas Lean Manufacturing e Just-In-Time (JIT).
- A metodologia foi integrada em programas de Kaizen e melhoria contínua para reduzir desperdícios e maximizar a eficiência operacional.
- O OEE começou a ser reconhecido como uma métrica essencial, não apenas na manutenção, mas em toda a gestão industrial, ajudando as empresas a identificar e eliminar as “Seis Grandes Perdas”:
- Falhas e paragens não planeadas
- Trocas de ferramenta e ajustes
- Operação em vazio e pequenas paragens
- Redução da velocidade de operação
- Defeitos de produção e retrabalho
- Perdas no arranque da produção
- Globalização e Digitalização do OEE
- Nos anos 1990 e 2000, com a disseminação dos princípios do Lean Manufacturing e da Empresa 4.0, o OEE tornou-se um indicador globalmente reconhecido e adotado em diversos setores industriais, para além da manufatura automóvel.
- A chegada da digitalização industrial e dos sistemas de monitorização em tempo real permitiu uma medição automatizada do OEE, melhorando a precisão dos dados e facilitando a tomada de decisões.
- Softwares de MES (Manufacturing Execution System) e ERP (Enterprise Resource Planning) passaram a incluir módulos específicos para o cálculo do OEE, permitindo uma integração mais eficiente dos dados operacionais.
- Atualmente, sensores IoT, Big Data e Inteligência Artificial possibilitam uma análise mais detalhada das perdas, permitindo previsões de manutenção e otimização do desempenho das máquinas.
- Conclusão
- O OEE evoluiu de um conceito interno da TPM para um dos principais indicadores de desempenho industrial a nível global.
- Atualmente, é utilizado em setores tão diversos como automóvel, metalomecânico, alimentar, farmacêutico e eletrónico.
- A evolução da tecnologia continua a melhorar a forma como o OEE é medido e utilizado, contribuindo para a transformação digital da empresa e para a OEEotimização contínua da produtividade.
- Este indicador mantém-se essencial para qualquer empresa que pretenda melhorar a eficiência dos seus equipamentos, reduzir desperdícios e aumentar a competitividade no mercado global.
3. Objetivos Específicos
- O OEE é um indicador-chave de desempenho industrial que permite avaliar e otimizar a eficiência dos equipamentos produtivos. Os seus objetivos específicos podem ser agrupados em seis áreas fundamentais:
- 1. Maximizar a Disponibilidade dos Equipamentos
- Caracterização:
- Reduzir o tempo de paragem não planeada devido a avarias, ajustes e esperas.
- Melhorar a gestão da manutenção para evitar falhas inesperadas.
- Aumentar o tempo efetivo de produção dentro da capacidade instalada.
- Exemplo:
- Uma fábrica de componentes metálicos implementa um plano de manutenção preventiva e preditiva, reduzindo as falhas inesperadas das prensas de estampagem em 30%.
- 2. Reduzir as Perdas de Velocidade
- Caracterização:
- Identificar e minimizar fatores que fazem com que as máquinas operem abaixo da velocidade ideal.
- Melhorar a parametrização dos equipamentos e reduzir tempos ociosos.
- Padronizar processos para evitar variações de desempenho entre turnos.
- Exemplo:
- Numa linha de enchimento de garrafas, ajustes inadequados dos sensores causam microparagens frequentes. Ao otimizar a calibração, a velocidade média da linha aumenta de 85% para 95% da capacidade nominal.
- 3. Reduzir a Produção de Defeituosos
- Caracterização:
- Diminuir o índice de produtos defeituosos, retrabalho e desperdício de matéria-prima.
- Melhorar o controlo de qualidade e os procedimentos operacionais.
- Implementar técnicas de SPC (Statistical Process Control) para monitorizar variações nos processos.
- Exemplo:
- Uma fábrica de embalagens de plástico adota sistemas de inspeção por visão artificial, reduzindo a taxa de defeitos de 2,5% para 0,8%.
- 4. Otimizar os Setups e Trocas de Produção
- Caracterização:
- Diminuir o tempo necessário para mudanças de ferramentas e ajustes.
- Aplicar a metodologia SMED (Single Minute Exchange of Die) para reduzir setups.
- Melhorar a programação da produção para minimizar mudanças frequentes de artigos.
- Exemplo:
- Uma empresa têxtil que produz tecidos de diferentes cores reduz o tempo médio de setup das máquinas de 45 minutos para 12 minutos através da reorganização dos processos de troca de bobinas e tingimento.
- 5. Melhorar a Gestão da Produção em Tempo Real
- Caracterização:
- Aumentar a visibilidade sobre o desempenho da produção através de monitorização digital.
- Identificar rapidamente os principais fatores que afetam a eficiência.
- Integrar o OEE com sistemas ERP, MES para tomada de decisão baseada em dados.
- Exemplo:
- Uma fábrica de peças automóveis adota painéis de monitorização em tempo real, permitindo aos supervisores agir imediatamente sobre paragens ou perdas de velocidade. A taxa de reação às falhas melhora em 40%.
- 6. Promover a Cultura de Melhoria Contínua
- Caracterização:
- Criar um ambiente onde os colaboradores estejam envolvidos na otimização dos processos produtivos.
- Utilizar Kaizen e eventos de melhoria para reduzir desperdícios e aumentar a eficiência.
- Definir metas de OEE realistas e acompanhar a evolução ao longo do tempo.
- Exemplo:
- Numa fábrica de embalagens de cartão, os operadores participam ativamente na análise de problemas, reduzindo desperdícios e aumentando o OEE global de 67% para 80% em seis meses.
- Conclusão
- Os objetivos específicos do OEE estão diretamente ligados à redução de desperdícios e ao aumento da eficiência global da produção. A sua implementação bem-sucedida exige um compromisso contínuo com a análise de dados, melhoria dos processos e envolvimento das equipas operacionais.
4. Cálculo do OEE
- O cálculo do OEE baseia-se em três parâmetros fundamentais: Disponibilidade, Desempenho e Qualidade. Cada um desses parâmetros mede um tipo específico de perda que afeta a eficiência dos equipamentos. A multiplicação desses três fatores resulta no OEE, expresso em percentagem.
- Disponibilidade Availability
- Definição:
- A disponibilidade mede a proporção de tempo produtivo em relação ao tempo total disponível. Avalia o impacto das paragens planeadas e não planeadas na produção.
- Fórmula:
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- Explicação dos Termos:
- Tempo Planeado de Produção
- Tempo total disponível para operar o equipamento, excluindo pausas programadas, como horários de manutenção preventiva e mudanças de turno.
- Tempo de Produção Real
- Tempo em que a máquina esteve efetivamente a produzir, excluindo avarias, ajustes, setups e outras paragens não programadas.
- Exemplo:
- Tempo Planeado de Produção: 8 horas (480 minutos)
- Tempo de Produção Real: 7 horas e 30 minutos (450 minutos)
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- Desempenho Performance
- Definição:
- O desempenho avalia a eficiência da máquina quando está operacional, considerando perdas de velocidade devido a micro paragens e operação abaixo da capacidade nominal.
- Fórmula:
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- Explicação dos Termos:
- Produção Real
- Quantidade de peças realmente produzidas.
- Tempo de Ciclo Ideal
- Tempo mínimo teórico necessário para produzir uma unidade.
- Tempo de Produção Real
- Já definido anteriormente (tempo efetivo de produção).
- Exemplo:
- Produção Real: 900 peças
- Tempo de Ciclo Ideal: 0,5 minutos por peça
- Tempo de Produção Real: 450 minutos
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- Nota: Aqui, o equipamento operou à velocidade ideal. Se a produção real fosse menor, o desempenho também seria menor.
- Qualidade Quality
- Definição:
- A qualidade mede a proporção de produtos conformes em relação ao total produzido. Considera perdas devido a retrabalho e refugos.
- Fórmula:
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- Explicação dos Termos:
- Produção Boa
- Peças produzidas sem defeitos
- Produção Total
- Inclui tanto as peças conformes como as não conformes (defeituosas).
- Exemplo:
- Produção Total: 900 peças
- Produção Boa: 870 peças
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- Cálculo Final da OEE
- A métrica OEE é o produto dos três fatores anteriores:
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- Exemplo Completo:
- Disponibilidade: 93.75%
- Desempenho: 100%
- Qualidade: 96.67%
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- Conclusão
- O OEE fornece uma avaliação global da eficiência do equipamento, identificando perdas em três dimensões críticas.
- Valores de referência:
- 85% ou mais: Excelente (classe mundial).
- 60% – 85%: Aceitável, mas há margem de melhoria.
- Abaixo de 60%: Ineficiência significativa que deve ser analisada.
- Melhorias no OEE devem focar-se em reduzir tempos de paragem, melhorar velocidades de produção e diminuir defeitos.
- Este indicador é essencial para tomada de decisões estratégicas, ajudando a otimizar processos e a aumentar a competitividade industrial.
5. Constrangimentos na Determinação dos Fatores do OEE
- A aplicação do OEE (Overall Equipment Effectiveness) em PME enfrenta diversos desafios, que variam conforme o setor, a maturidade tecnológica e a cultura organizacional. Aqui, abordamos os principais constrangimentos específicos para cada fator do OEE (Disponibilidade, Desempenho e Qualidade) e exemplos práticos da sua ocorrência.
- Constrangimentos na Determinação da Disponibilidade
- A disponibilidade mede o tempo efetivo de produção em relação ao tempo disponível, mas sua medição enfrenta várias barreiras nas PME.
- Principais Constrangimentos:
- Falta de Registo Fiável das Paragens
- Muitas PME não monitorizam de forma sistemática as paragens de produção.
- Os registos são frequentemente manuais e sujeitos a erros de preenchimento ou omissões.
- Baixa Automatização dos Equipamentos
- Muitas PME ainda possuem máquinas antigas, sem sensores para recolha automática de dados.
- A medição da disponibilidade depende da observação manual dos operadores, levando a inconsistências.
- Ausência de Manutenção Preventiva e Preditiva
- Falhas inesperadas são comuns, pois muitas empresas ainda operam em regime reativo (corrigem apenas após a falha).
- A falta de planeamento de manutenção dificulta a diferenciação entre paragens planeadas e não planeadas.
- Falta de Cultura de Melhoria Contínua
- Os operadores e gestores não estão habituados a analisar e reportar as perdas como um problema crítico.
- Foco excessivo na produção imediata, sem atenção à eficiência a médio/longo prazo.
- Exemplo:
- Uma PME tem uma prensa que sofre frequentes paragens, mas os tempos de paragem são anotados manualmente pelo operador no final do turno. Muitas vezes, os dados não refletem a realidade, pois os operadores omitem tempos de paragem curtos para não parecerem responsáveis pelo problema.
- Constrangimentos na Determinação do Desempenho
- O desempenho mede se os equipamentos operam à velocidade ideal, mas as PME enfrentam dificuldades na sua medição precisa.
- Principais Constrangimentos:
- Desconhecimento do Tempo de Ciclo Ideal
- Muitas PME não possuem um estudo rigoroso dos tempos de ciclo por máquina e produto.
- Os tempos considerados como “normais” são frequentemente baseados em experiência empírica em vez de medições técnicas.
- Microparagens e Operação Intermitente
- Pequenas interrupções de produção (paragens de segundos ou minutos) não são registadas, levando a uma subavaliação das perdas de desempenho.
- Problemas como trocas de ferramentas, ajuste de parâmetros ou alimentação manual de materiais são ignorados na análise.
- Operação a Velocidade Reduzida para Evitar Problemas
- Em muitas PME, os operadores reduzem a velocidade da máquina para evitar falhas e rejeições, mas sem reportar essa decisão.
- O foco está na estabilidade da produção e não na maximização do desempenho.
- Variação entre Turnos e Operadores
- Diferentes turnos trabalham com velocidades diferentes sem justificação técnica, mas essa variação não é analisada nem corrigida.
- Exemplo:
- Numa empresa de plásticos, a velocidade teórica de uma máquina de injeção é de 40 peças/minuto. No entanto, os operadores ajustam a máquina para produzir a 30 peças/minuto para evitar rejeições. Como essa perda não é medida nem reportada, a empresa não tem noção do impacto real na produtividade.
- Constrangimentos na Determinação da Qualidade
- A qualidade mede a proporção de produtos conformes, mas sua medição enfrenta vários desafios nas PME portuguesas.
- Principais Constrangimentos:
- Falta de Registos Precisos de Peças Defeituosas
- Muitos operadores descartam peças defeituosas sem reportar os motivos nem as quantidades exatas.
- Empresas sem sistemas digitais dependem de registos manuais sujeitos a erros ou omissões.
- Reprocessamento Sem Contabilização
- Em algumas PME, peças defeituosas são retrabalhadas (por exemplo, ajustadas ou limpas) e reinseridas na produção.
- Como o tempo e o custo do retrabalho não são considerados, a taxa de qualidade fica artificialmente elevada.
- Ausência de Controlo Estatístico de Processos (SPC)
- Muitas PME não usam métodos estatísticos para monitorizar a qualidade em tempo real.
- Só percebem que a produção está fora do padrão quando os defeitos já estão acumulados.
- Dependência de Inspeção Final
- Algumas empresas avaliam a qualidade apenas no final do processo, em vez de monitorizar cada etapa produtiva.
- Quando um lote é rejeitado, já foi consumido tempo, materiais e energia desnecessários.
- Exemplo:
- Numa fábrica de mobiliário, algumas peças são pintadas incorretamente. Em vez de registarem as peças como defeituosas, os operadores simplesmente as repintam. Como o retrabalho não é contabilizado como perda, a taxa de qualidade da empresa aparenta ser alta, mas os custos de produção são superiores ao esperado.
- Conclusão: Como Superar os Constrangimentos?
- Embora as PME enfrentem dificuldades na determinação do OEE, algumas soluções podem minimizar os constrangimentos:
- Automatizar a Recolha de Dados
- Instalar sensores e sistemas de monitorização digital para registar tempos de paragem, velocidades e rejeições em tempo real.
- Integrar o OEE com sistemas MES e ERP.
- Implementar Métodos de Estudo de Tempos e Movimentos
- Realizar medições diretas para definir tempos de ciclo precisos e realistas.
- Identificar perdas por variações entre operadores e turnos.
- Criar Cultura de Registo Rigoroso
- Treinar operadores e gestores para registar todas as paragens, ajustes e defeitos, mesmo os menores.
- Utilizar painéis visuais para análise diária do OEE.
- Introduzir Controlo Estatístico de Qualidade
- Aplicar SPC (Statistical Process Control) para monitorizar variações nos processos.
- Utilizar checklists de inspeção padronizadas.
- Ao superar estes desafios, as PME podem melhorar a precisão do cálculo do OEE e aumentar a eficiência operacional, tornando-se mais competitivas no mercado.
6. Interpretação dos Valores do OEE e Benchmarks Industriais
- O Overall Equipment Effectiveness (OEE) é uma métrica essencial para medir a eficiência global dos equipamentos produtivos, mas a sua interpretação depende do setor, do tipo de processo produtivo e das metas da empresa. Para uma correta análise, consideremos:
- Intervalos Típicos de Valores de OEE
- Os valores de OEE podem ser classificados em três categorias gerais:
Intervlo (%) | Interpretação |
85% ou mais | Excelente – Empresa de classe mundial |
60% a 85% | Bom – Aceitável, mas com margem de melhoria |
Abaixo de 60% | Baixo – Indica perdas significativas na produção |
- 85% ou mais
- São valores difíceis de atingir sem um sistema altamente otimizado e um programa de melhoria contínua bem estruturado. Encontrado principalmente em setores altamente automatizados e de alta precisão (ex.: semicondutores, empresa farmacêutica).
- 60% a 85%
- A maior parte das PME industriais encontra-se neste intervalo. Muitas empresas não conhecem o seu OEE real e, ao medi-lo pela primeira vez, verificam valores na casa dos 50% a 70%.
- Abaixo de 60%
- Indica perdas excessivas de disponibilidade, desempenho ou qualidade. Empresas neste nível têm problemas graves na produção, como excesso de tempos de paragem, operações manuais lentas ou elevado índice de rejeições.
- Benchmarks do OEE por Setor Industrial
- Os valores de OEE podem ser classificados em três categorias gerais:
Setor Industrial | Observações | Interpretação |
Automóvel | 75% a 85% | Setor altamente automatizado, forte cultura Lean. |
Metalomecânica | 60% a 75% | Processos diversos, muitas PME com equipamentos de diferentes gerações. |
Alimentar e Bebidas | 55% a 75% | Produção contínua, restrições sanitárias, elevado impacto de paragens. |
Plásticos e Moldes | 50% a 75% | Muitos setups e tempos de ciclo elevados podem baixar o OEE<. |
Farmacêutico | 75% a 90% | Elevado nível de automação e rigor nos processos de qualidade. |
Têxtil e Vestuário | 40% a 65% | Processos ainda com muita intervenção manual, setups frequentes. |
Eletrónica | 75% a 90% | Setor com altíssima precisão, processos robotizados e controlados. |
- Fatores que Influenciam os Valores Obtidos
- Os valores de OEE de uma empresa dependem de vários fatores, nomeadamente:
- Nível de Automação
- Empresas com elevada automação têm menos variabilidade no desempenho e menor índice de defeitos.
- Complexidade do Processo
- Empresas com alta personalização dos produtos ou produção de pequenas séries tendem a ter um OEE mais baixo devido aos setups frequentes.
- Tipo de Materiais Utilizados
- Setores onde os materiais têm variabilidade natural (ex.: têxteis, alimentares) apresentam mais dificuldades em atingir valores elevados.
- Gestão da Manutenção
- Empresas com manutenção preventiva e preditiva eficiente têm uma disponibilidade mais elevada, aumentando o OEE.
- Cultura da Empresa
- Empresas que investem em melhoria contínua e envolvem os operadores na análise do OEE tendem a apresentar melhores resultados.
- Análise Detalhada dos Componentes do OEE
- Para uma análise correta do OEE, não basta olhar apenas para o valor final. É necessário avaliar individualmente os três fatores que o compõem:
- Disponibilidade
- Alto (90% ou mais)
- Poucas paragens imprevistas, bom planeamento de manutenção.
- Baixo (menos de 70%)
- Muitas falhas inesperadas, tempos de setup elevados.
- Exemplo:
- Uma PME metalomecânica tem um OEE de 55%, mas ao analisar os fatores, percebe que a Disponibilidade é de apenas 65% devido a paragens constantes para afinação das máquinas. O foco de melhoria deve ser a redução de tempos de inatividade.
- Desempenho
- Alto (95% ou mais)
- Equipamento operando perto da velocidade teórica.
- Baixo (menos de 80%)
- Operação a velocidades reduzidas, microparagens frequentes.
- Exemplo:
- Uma empresa de plásticos descobre que o seu Desempenho está em 75% porque os operadores reduzem intencionalmente a velocidade das injetoras para evitar defeitos. Com um ajuste fino dos parâmetros, consegue-se aumentar a velocidade sem comprometer a qualidade.
- Qualidade
- Alto (99% ou mais)
- Processos estáveis, poucas rejeições.
- Baixo (menos de 90%)
- Elevado retrabalho ou refugo.
- Exemplo:
- Numa fábrica de embalagens, o OEE é baixo devido a um índice de qualidade de apenas 85%. Após análise, descobrem que a temperatura da selagem varia demasiado, causando desperdício. Ao corrigir o problema, o OEE melhora significativamente.
- Interpretação Estratégica dos Valores de OEE
- A simples medição do OEE não resolve os problemas da produção. A interpretação correta dos valores permite:
- Identificar onde estão as principais perdas
- Se a Disponibilidade for baixa, é necessário atuar na redução das paragens. Se o Desempenho for baixo, deve-se investigar velocidades de operação e microparagens.
- Definir objetivos realistas
- Se o OEE atual for 60%, a empresa não deve tentar atingir 85% de imediato. O foco deve ser melhorias progressivas.
- Criar planos de ação baseados em dados
- Empresas que apenas medem o OEE sem implementar ações corretivas não obterão melhorias.
- Conclusão
- A análise do OEE deve ser contextualizada com o setor, os processos produtivos e os objetivos estratégicos da empresa. Um OEE de 65%< pode ser aceitável numa empresa têxtil, mas um OEE abaixo de 85% na empresa farmacêutica pode indicar falhas críticas. O mais importante é:
- Medir o OEE regularmente
- Identificar as causas das perdas
- Atuar sobre os fatores mais críticos
- Com esta abordagem, as PME podem melhorar gradualmente a sua eficiência produtiva, tornando-se mais competitivas no mercado global.
7. Identificação e Análise das “Seis Grandes Perdas” no OEE
- O conceito das “Seis Grandes Perdas” surgiu no âmbito da Total Productive Maintenance (TPM) e está diretamente relacionado com os três fatores do OEE (Overall Equipment Effectiveness): Disponibilidade, Desempenho e Qualidade. Estas perdas representam as principais causas de ineficiência na produção e, para melhorar o OEE, é essencial identificá-las, quantificá-las e atuar sobre elas.
- As “Seis Grandes Perdas” e a Relação com o OEE
- As perdas estão distribuídas pelos três fatores do OEE:
Fator do OEE | Categoria da Perda | Tipo de Perdao |
Disponibilidade | 1. Falhas e Paragens Não Planeadas | Avarias inesperadas |
2. Trocas de Ferramenta e Ajustes | Setups demorados, afinações de máquina | |
Desempenho | 3. Operação em Vazio e Microparagens | Pequenos tempos mortos, pausas curtas não registadas |
4. Redução de Velocidade | Equipamentos operam abaixo da velocidade nominal | |
Qualidade | 5. Defeitos de Produção e Retrabalho | Peças defeituosas na produção normal |
6. Perdas no Arranque da Produção | Produtos não conformes nas primeiras unidades |
- Cada uma destas perdas será analisada individualmente com causas, impactos e formas de mitigação.
- Análise Detalhada das Seis Grandes Perdas
- Falhas e Paragens Não Planeadas
- São avarias inesperadas que impedem a máquina de operar. Incluem falhas mecânicas, elétricas, pneumáticas, informáticas e quebras de componentes.
- Causas Comuns:
- Máquinas antigas sem manutenção adequada.
- Falta de peças sobressalentes.
- Operação inadequada por erro humano.
- Sobrecarga de equipamentos além da capacidade projetada.
- Impactos:
- Redução da Disponibilidade.
- Produção parada afeta os prazos de entrega e os custos operacionais.
- Soluções:
- Implementar manutenção preventiva e preditiva.
- Treinar operadores para manuseio correto dos equipamentos.
- Utilizar sensores IoT para prever falhas antes que ocorram.
- Trocas de Ferramenta e Ajustes
- Tempo perdido devido a setups longos, trocas de ferramentas, calibrações e ajustes antes da produção estar estável.
- Causas Comuns:
- Trocas de ferramentas demoradas devido a processos manuais.
- Necessidade de múltiplos ajustes para atingir qualidade aceitável.
- Baixa organização na preparação do setup.
- Impactos:
- Redução da Disponibilidade.
- Redução da eficiência em lotes pequenos.
- Soluções:
- Aplicação de SMED (Single Minute Exchange of Die) para reduzir tempos de setup.
- Utilização de checklists padronizadas para agilizar trocas.
- Formação de operadores para otimizar tempos de ajuste.
- Operação em Vazio e Microparagens
- São paragens curtas e intermitentes que não são registadas formalmente, mas afetam a produtividade.
- Causas Comuns:
- Pequenos bloqueios de material.
- Sensores com falha intermitente.
- Reset da máquina devido a pequenos alarmes.
- Impactos:
- Redução do Desempenho.
- Causa oculta de perda de eficiência, muitas vezes ignorada.
- Soluções:
- Instalar sistemas MES (Manufacturing Execution System) para registar todas as paragens.
- Revisão de sensores e sistemas de alimentação de materiais.
- Melhor organização logística para evitar interrupções.
- Redução de Velocidade
- Ocorre quando a máquina opera abaixo da velocidade teórica ideal, reduzindo a produtividade.
- Causas Comuns:
- Operadores reduzem a velocidade para evitar defeitos.
- Máquinas desajustadas ou com componentes desgastados.
- Matérias-primas de baixa qualidade exigem ritmos mais lentos.
- Impactos:
- Redução do Desempenho.
- A fábrica produz menos do que a sua capacidade real.
- Soluções:
- Realizar estudos de tempos e movimentos para definir a velocidade ótima.
- Melhorar qualidade da matéria-prima para evitar instabilidade no processo.
- Ajuste fino dos parâmetros das máquinas para evitar necessidade de reduzir a velocidade.
- Defeitos de Produção e Retrabalho
- São produtos defeituosos fabricados durante a produção normal, exigindo retrabalho ou descarte.
- Causas Comuns:
- Máquinas desreguladas.
- Matéria-prima defeituosa.
- Erros humanos na operação ou montagem.
- Impactos:
- Redução da Qualidade.
- Aumento do custo por desperdício de material e tempo extra para correções.
- Soluções:
- Implementar SPC (Statistical Process Control) para monitorizar qualidade em tempo real.
- Melhorar a formação dos operadores e padronizar os processos.
- Introduzir sistemas de visão artificial para deteção automática de defeitos.
- Perdas no Arranque da Produção
- São defeitos que ocorrem durante o início de produção, enquanto a máquina ainda não atingiu estabilidade operacional.
- Causas Comuns:
- Temperaturas ou parâmetros ainda não estabilizados.
- Máquinas que exigem muitos ajustes iniciais.
- Faltas de ensaios e testes prévios.
- Impactos:
- Redução da Qualidade.
- Aumento do desperdício de matéria-prima logo no início da produção.+
- Soluções:
- Criar procedimentos de arranque padronizados para minimizar defeitos iniciais.
- Implementar checklists de setup para garantir que a máquina está pronta antes de iniciar a produção.
- Utilizar sensores que monitorizam condições ideais de operação antes de iniciar a produção total.
- Conclusão: Como Atuar Sobre as Seis Grandes Perdas?
- Medir e Monitorizar Cada Perda
- Utilizar softwares MES para registar automaticamente tempos de paragem e microparagens.
- Criar gráficos de Pareto para visualizar quais perdas interferem mais no OEE.
- Implementar Metodologias de Melhoria Contínua
- TPM (Total Productive Maintenance) para evitar falhas e paragens não planeadas.
- Lean Manufacturing para reduzir tempos de setup e minimizar desperdícios.
- Kaizen para otimizar continuamente processos e corrigir pequenas perdas.
- Envolver os Operadores na Redução das Perdas
- Criar uma cultura de deteção e eliminação de desperdícios.
- Realizar workshops para identificar causas-raiz das perdas e propor melhorias.
- Ao atuar estrategicamente nas Seis Grandes Perdas, as empresas podem aumentar significativamente o OEE, reduzir desperdícios e tornar-se mais competitivas.
8. Métodos para Melhorar o OEE
- Para melhorar o OEE (Overall Equipment Effectiveness), é essencial atuar diretamente sobre as Seis Grandes Perdas (falhas, setups demorados, microparagens, operação lenta, defeitos e desperdícios no arranque). A aplicação de metodologias de gestão industrial e estratégias específicas permite aumentar a Disponibilidade, Desempenho e Qualidade, resultando numa maior eficiência produtiva.
- Consideremos os métodos mais eficazes para otimizar o OEE
- Total Productive Maintenance (TPM) – Aumento da Disponibilidade
- Princípio:
- O TPM (Manutenção Produtiva Total) visa eliminar avarias inesperadas e paragens não planeadas, garantindo que os equipamentos operam com máxima eficiência.
- Como melhora o OEE?
- Reduz falhas e avarias, aumentando a Disponibilidade.
- Diminui tempos de paragem, através da manutenção preventiva e preditiva.
- Melhora o envolvimento dos operadores na manutenção dos equipamentos.
- Estratégias Aplicáveis:
- Manutenção Autónoma
- Os operadores realizam inspeções diárias simples, lubrificação e pequenas correções.
- Manutenção Preditiva
- Uso de sensores IoT para prever falhas antes que ocorram.
- Redução do MTTR (Mean Time To Repair)
- Melhor planeamento de reparações para minimizar tempos de paragem.
- Exemplo:
- Uma PME metalomecânica reduz 30% das paragens imprevistas ao treinar os operadores para realizar verificações diárias de pontos críticos e lubrificações periódicas nas máquinas de corte.
- SMED (Single Minute Exchange of Die) – Redução dos Tempos de Setup
- Princípio:
- O SMED foca-se na redução dos tempos de setup e trocas de ferramentas, eliminando desperdícios e aumentando o tempo produtivo.
- Como melhora o OEE?
- Reduz o tempo de setup aumentando a Disponibilidade.
- Melhora a flexibilidade da produção, permitindo lotes menores sem perda de eficiência.
- Estratégias Aplicáveis:
- Separar operações internas e externas
- Preparar materiais e ferramentas antes de parar a máquina.
- Estandardização e organização
- Uso de checklists e ferramentas organizadas para evitar perdas de tempo.
- Automação e sistemas de fixação rápida
- Reduz o tempo necessário para ajustes manuais.
- Exemplo:
- Uma fábrica de plásticos reduz os tempos de troca de molde de 1h para 20 minutos, utilizando moldes de encaixe rápido e padronizando os ajustes.
- Monitorização e Redução de Micro paragens
- Princípio:
- Microparagens são curtas interrupções (segundos ou minutos) que frequentemente não são registadas, mas que impactam negativamente o desempenho da produção.
- Como melhora o OEE?
- Elimina pequenos desperdícios de tempo, aumentando o Desempenho.
- Melhora a fluidez da produção, reduzindo paragens não documentadas.
- Estratégias Aplicáveis:
- Sistemas MES (Manufacturing Execution System) para registar e analisar todas as paragens.
- Análise de causas-raiz para eliminar problemas recorrentes em sensores e transportadores.
- Melhor gestão de alimentação de materiais para evitar pausas por falta de matéria-prima.
- Exemplo:
- Uma linha de montagem sofre 30 pequenas paragens diárias devido a falhas em sensores de posicionamento. Após análise, a empresa instala sensores de maior precisão, eliminando 90% das paragens.
- Otimização da Velocidade de Produção
- Princípio:
- Ajustar os processos para que as máquinas operem à velocidade ideal sem comprometer a qualidade.
- Como melhora o OEE?
- Aumenta a taxa de produção sem aumentar custos fixos.
- Elimina desperdícios por operação abaixo da capacidade nominal.
- Estratégias Aplicáveis:
- Definição do Tempo de Ciclo Ótimo
- Ajustar parâmetros para garantir a velocidade ideal sem falhas.
- Manutenção de componentes críticos
- Evitar que desgaste reduza a capacidade produtiva da máquina.
- Treino dos operadores
- Evitar reduções de velocidade por medo de erros.
- Exemplo:
- Uma fábrica de embalagens operava a 80% da velocidade nominal devido a problemas na calibração dos sensores. Após ajustes, consegue operar a 95% sem aumentar defeitos.
- Controlo Estatístico de Qualidade (SPC) – Redução de Defeitos
- Princípio:
- O SPC (Statistical Process Control) permite detetar variações na produção antes que causem defeitos, minimizando rejeições.
- Como melhora o OEE?
- Reduz refugos e retrabalho, aumentando a Qualidade.
- Evita perdas no arranque da produção.
- Estratégias Aplicáveis:
- Monitorização contínua dos processos com gráficos de controle estatístico.
- Correções preventivas antes da produção sair dos padrões de qualidade.
- Automação da inspeção de qualidade com sistemas de visão artificial.
- Exemplo:
- Uma empresa eletrónica reduz a taxa de defeitos de 3% para 0,8%, utilizando gráficos SPC para ajustar a temperatura da soldadura antes que as variações causem defeitos.
- Implementação de Lean Manufacturing
- Princípio:
- Eliminar desperdícios e criar fluxos produtivos eficientes através da metodologia Lean.
- Como melhora o OEE?
- Reduz desperdícios em todas as áreas (tempo, materiais, processos).
- Otimiza a produção para reduzir tempos mortos e lotes desnecessários.
- Estratégias Aplicáveis:
- 5S para melhorar a organização e reduzir tempos de busca por ferramentas e materiais.
- Fluxo contínuo e células de produção para reduzir tempos de espera entre operações.
- Padronização de processos para evitar variações entre turnos e operadores.
- Exemplo:
- Uma fábrica de componentes metálicos reduz tempos de movimentação de peças em 40%, reorganizando o layout da fábrica para que as operações estejam mais próximas umas das outras.
- Digitalização da Produção e Empresa 4.0
- Princípio:
- Utilizar tecnologias avançadas (IoT, Big Data, Machine Learning) para otimizar processos e prever falhas antes que afetem a produção.
- Como melhora o OEE?
- Monitorização em tempo real dos fatores que afetam a produção.
- Aumento da previsibilidade, permitindo ações antes que ocorram problemas.
- Estratégias Aplicáveis:
- Sensores inteligentes para prever falhas antes que causem paragens.
- Análise de dados e relatórios automáticos para otimizar a eficiência produtiva.
- Integração com ERP e MES para alinhar produção e gestão estratégica.
- Exemplo:
- Uma empresa de moldes adota sistemas de monitorização IoT e reduz em 25% os tempos de inatividade, prevendo falhas antes que causem paragens inesperadas.
- Conclusão
- A melhoria do OEE exige uma abordagem estratégica e integrada. A combinação de TPM, SMED, Lean, SPC e Empresa 4.0 permite identificar e eliminar desperdícios, aumentando a eficiência e competitividade das empresas.
9. OEE e a Digitalização da Produção
- A digitalização da produção está a transformar a forma como as empresas medem, analisam e otimizam o OEE (Overall Equipment Effectiveness). Com a evolução da Empresa 4.0, o OEE deixou de ser apenas um indicador de desempenho isolado e passou a integrar sistemas inteligentes de monitorização, permitindo uma análise mais precisa, automatizada e preditiva dos processos produtivos.
- Benefícios da Digitalização para o OEE
- A digitalização da produção aumenta significativamente a precisão e a utilidade do OEE, permitindo que as empresas tomem decisões baseadas em dados em tempo real.
- Vantagens chave da digitalização aplicada ao OEE:
- Monitorização contínua e automática
- Redução da dependência de registos manuais e erros humanos.
- Deteção rápida de perdas de eficiência
- Identificação automática de falhas, micro paragens e variações na produção.
- Análises preditivas e preventivas
- Redução de avarias e aumento da disponibilidade.
- Tomada de decisão baseada em dados
- Gestão da produção mais eficaz, com informações detalhadas.
- Integração com ERP e MES
- Alinhamento da produção com a gestão empresarial.
- Exemplo
- Uma PME metalomecânica fabricante de peças de precisão instala sensores IoT nos seus tornos CNC para medir automaticamente paragens, velocidade de operação e rejeições. Em apenas três meses, reduz os tempos de paragem não planeados em 20% ao identificar padrões de falhas antes que ocorram.
- Tecnologias Digitais Aplicadas ao OEE
- A Empresa 4.0 trouxe um conjunto de ferramentas digitais que permitem a monitorização, análise e otimização do OEE em tempo real.
Tecnologia | Aplicação na Melhoria do OEE |
Sistemas MES (Manufacturing Execution System): Fazer agora | Registo automático de paragens, tempos de ciclo e produção em tempo real. |
Sensores IoT (Internet of Things): Fazer agora | Monitorização contínua do estado dos equipamentos, prevendo falhas. |
Big Data e Análise de Dados: Fazer agora | Identificação de padrões e otimização dos fatores de Disponibilidade, Desempenho e Qualidade. |
Machine Learning e Inteligência Artificial: Fazer agora | Algoritmos que preveem falhas e sugerem ajustes antes que ocorram perdas. |
Gêmeos Digitais (Digital Twins): Fazer agora | Simulação virtual da produção para testar melhorias antes de as aplicar. |
Sistemas de Visão Artificial: Fazer agora | Deteção automática de defeitos para aumentar a Qualidade. |
Dashboards e Relatórios em Tempo Real: Fazer agora | Visualização instantânea dos KPI’s de OEE, facilitando a tomada de decisão. |
- Exemplo
- Uma empresa de embalagens adota um sistema MES para recolher automaticamente dados de produção, tempos de paragem e defeitos. Os gestores passam a ter acesso a relatórios em tempo real, identificando que a linha de embalagem opera 10% abaixo da velocidade teórica, permitindo uma intervenção imediata para ajustar parâmetros da máquina.
- Como Cada Tecnologia se relaciona com os Fatores do OEE
- A digitalização afeta diretamente os três componentes do OEE:
- Disponibilidade (Availability) – Redução de Paragens
- Sensores IoT e Machine Learning preveem avarias antes que estas ocorram, reduzindo falhas inesperadas.
- Monitorização de máquinas em tempo real reduz tempos de reação às falhas.
- Manutenção preditiva baseada em análise de dados reduz as paragens não planeadas.
- Exemplo
- Uma fábrica de injeção de plástico reduz 20% das avarias ao instalar sensores de vibração nos motores das máquinas, antecipando falhas nos rolamentos antes de ficarem inoperacionais.
- Desempenho (Performance) – Maximização da Velocidade de Produção
- Sistemas MES identificam microparagens e tempos ociosos.
- Análises de Big Data ajudam a otimizar tempos de ciclo e evitar reduções de velocidade não justificadas.
- Gêmeos Digitais permitem testar configurações ideais de operação sem interromper a produção real.
- Exemplo
- Numa linha de montagem de componentes, sensores registam que os operadores reduzem a velocidade da linha para evitar paragens. Com Machine Learning, ajustam-se parâmetros, mantendo a velocidade ideal sem comprometer a qualidade.
- Qualidade (Quality) – Redução de Defeitos e Retrabalho
- Sistemas de Visão Artificial detetam defeitos em tempo real.
- SPC (Statistical Process Control) Digital monitoriza variações na produção antes que causem defeitos.
- Inteligência Artificial identifica correlações entre parâmetros da máquina e qualidade do produto, permitindo ajustes automáticos.
- Exemplo
- Uma fábrica de componentes eletrónicos reduz em 35% a taxa de defeitos ao implementar sistemas de inspeção por imagem com IA, eliminando falhas humanas na deteção de problemas.
- Dashboards e Indicadores OEE em Tempo Real
- A digitalização da produção permite que os dados do OEE sejam acompanhados ao segundo, através de dashboards interativos.
- Vantagens dos Dashboards OEE Digitais:
- Visualização instantânea da eficiência da fábrica.
- Identificação automática de tendências e problemas.
- Comparação entre diferentes turnos e máquinas.
- Facilidade na tomada de decisões rápidas.
- Exemplo
- Um supervisor de produção recebe alertas automáticos no telemóvel sempre que o OEE de uma máquina cai abaixo dos 85%, permitindo intervenção imediata para corrigir a situação.
- Desafios da Digitalização do OEE e Como Superá-los
- Embora a digitalização traga inúmeros benefícios, as PME enfrentam alguns desafios na sua implementação.
Desafio | Solução |
Investimento inicial elevado: Fazer agora | Implementação faseada, começando por áreas críticas. |
Resistência à mudança por parte dos operadores: Fazer agora | Formação contínua e envolvimento das equipas na melhoria. |
Falta de conhecimento técnico para análise de dados: Fazer agora | Integração com consultores especializados e uso de dashboards intuitivos. |
Dificuldade de integração entre sistemas antigos e novas tecnologias: Fazer agora | Uso de plataformas compatíveis com equipamentos disponíveis. |
- Exemplo
- Uma PME começou a digitalizar o OEE instalando apenas um sensor IoT piloto numa máquina crítica. Após demonstrar o impacto positivo, expandiu gradualmente para outras áreas.
- Conclusão – O Futuro do OEE com a Digitalização
- A digitalização da produção não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para garantir competitividade no mercado global. Empresas que integram OEE digitalizado com Empresa 4.0 beneficiam de:
- Monitorização contínua e automática do desempenho produtivo.
- Otimização da eficiência operacional através de análises preditivas.
- Tomada de decisão rápida e baseada em dados concretos.
- Com a combinação certa de tecnologias, as PME podem implementar soluções acessíveis que melhorem a eficiência e reduzam desperdícios, tornando a produção mais inteligente, ágil e rentável.
10. Impacto do OEE na Rentabilidade da Empresa
- O OEE tem um impacto direto na rentabilidade da empresa, uma vez que mede a eficiência dos equipamentos produtivos e identifica perdas que afetam os custos operacionais. Melhorar o OEE não só aumenta a produtividade, como também reduz desperdícios, custos de produção e tempos de inatividade, levando a maiores margens de lucro e competitividade.
- Relação entre OEE e Rentabilidade
- O OEE está diretamente ligado ao desempenho financeiro da empresa, pois equipamentos mais eficientes permitem:
- Maior produção com os mesmos recursos
- Menos custos fixos por unidade produzida.
- Menos desperdício de materiais e energia
- Redução de custos variáveis.
- Redução de tempos de inatividade
- Maior utilização da capacidade instalada.
- Aumento da qualidade dos produtos
- Menos retrabalho e menos custos com devoluções.
- Exemplo
- Uma PME metalomecânica que melhora o seu OEE de 60% para 75% pode produzir mais 25% de peças sem investir em novas máquinas, reduzindo o custo por unidade produzida e aumentando a rentabilidade.
- Impacto do OEE na Redução de Custos Operacionais
- O OEE afeta diretamente os custos operacionais em diferentes áreas da empresa:
Área de Custo | Impacto da Melhoria do OEE |
Mão de obra direta | Maior produtividade por operador, reduzindo o custo por unidade produzida. |
Energia e Outras | Menos tempo de operação desnecessária, reduzindo o consumo de eletricidade e ar comprimido. |
Matéria-prima | Menos desperdício e menos refugo por melhoria da qualidade. |
Custos de manutenção | Redução de falhas inesperadas e avarias, evitando reparações dispendiosas. |
Stocks em curso (WIP) | Redução de tempos de espera entre processos, diminuindo capital empatado em produção inacabada. |
- Exemplo:
- Uma fábrica de caixas de cartão que reduz a taxa de caixas defeituosas de 5% para 2% economiza 3% de matéria-prima, reduzindo significativamente os custos de produção.
- Impacto do OEE no Aumento da Capacidade Produtiva
- Um OEE baixo significa que a empresa não está a utilizar toda a sua capacidade instalada. Melhorando o OEE, a empresa pode:
- Produzir mais sem necessidade de novos investimentos em máquinas.
- Evitar a necessidade de turnos extra ou trabalho ao fim de semana.
- Atender a novos pedidos de clientes sem aumentar custos fixos.
- Exemplo:
- Uma fábrica de componentes para a indústria do calçado opera com um OEE de 65%, mas ao melhorar a disponibilidade das máquinas e reduzir setups, consegue aumentar a produção em 15%, evitando a necessidade de contratar um turno adicional.
- Impacto do OEE na Gestão da Cadeia de Abastecimento e Prazos de Entrega
- Melhorar o OEE permite uma produção mais previsível e confiável, o que traz benefícios estratégicos para a cadeia de abastecimento:
- Cumprimento mais rigoroso dos prazos de entrega
- Menos penalizações contratuais.
- Menos stock de segurança necessário
- Redução do capital empatado em armazém.
- Melhoria na relação com fornecedores
- Maior previsibilidade na gestão de encomendas de matérias-primas.
- Exemplo:
- Uma fábrica de azulejos reduziu as suas paragens não planeadas em 30%, garantindo prazos de entrega mais curtos e reduzindo os stocks de segurança em 20%, libertando capital para outros investimentos.
- Análise Financeira da Melhoria do OEE
- A melhoria do OEE pode ser quantificada financeiramente, demonstrando o seu impacto direto nos lucros da empresa.
Indicador | Antes da Melhoria (OEE = 60%) | Depois da Melhoria (OEE = 75%) |
Peças produzidas por dia | 10.000 | 12.500 (+25%) |
Custo unitário de produção | 1,50€ | 1,35€ (-10%) |
Defeitos por dia | 500 peças rejeitadas | 250 peças rejeitadas |
Custo total de produção por dia | 15.000€ | 16.875€ |
Receita diária (a 2€ por peça) | 20.000€ | 25.000€ |
Lucro diário | 5.000€ | 8.125€ (+62,5%) |
- Exemplo:
- Melhorando o OEE de 60% para 75%, a empresa consegue produzir mais, reduzir custos unitários e aumentar significativamente a margem de lucro.
- Exemplo Numérico do Impacto Financeiro
- Uma fábrica tem um OEE médio de 55% e quer melhorá-lo para 70%. Atualmente, tem um custo fixo mensal de 200.000€, um custo variável de 0,80€ por peça e vende cada peça por 1,50€
- Se a fábrica produz 100.000 peças/mês, os seus resultados financeiros antes e depois da melhoria do OEE são os seguintes:
Indicador | Antes (OEE 55%) | Depois (OEE 70%) | Diferença |
Peças produzidas/mês | 100.000 | 127.000 | +27.000 |
Receita (€) | 150.000€ | 190.500€ | +40.500€ |
Custo variável (€) | 80.000€ | 101.600€ | +21.600€ |
70.000€ | 70.000€ | 88.900€ | +27,0% |
- Aumento de 27% no lucro mensal apenas otimizando o OEE, sem necessidade de novos investimentos em máquinas.
Maior eficiência = menores custos fixos por peça = maior margem de lucro. |
- Conclusão:
- A relação entre OEE e rentabilidade é direta e mensurável. Melhorando o OEE, a empresa pode:
- Reduzir custos operacionais
- Aumentar a capacidade produtiva sem novos investimentos
- Melhorar a previsibilidade da produção e reduzir desperdícios
- Aumentar a margem de lucro e a competitividade no mercado
- Investir na melhoria do OEE é uma das formas mais eficazes de aumentar a rentabilidade da empresa sem necessidade de grandes investimentos em novos equipamentos!
11. Como Implementar um Programa de Melhoria Contínua do OEE
- Para garantir que o OEE (Overall Equipment Effectiveness) se mantém num nível elevado e sustentável ao longo do tempo, as empresas devem adotar uma abordagem estruturada baseada na melhoria contínua. A implementação eficaz de um programa de melhoria do OEE exige uma estratégia clara, o envolvimento das equipas e o uso de metodologias comprovadas.
- Definição de Objetivos e Envolvimento da Gestão
- Antes de iniciar um programa de melhoria do OEE, a empresa deve estabelecer objetivos claros e realistas, garantindo o compromisso da gestão e das equipas operacionais.
- Ações Essenciais:
- Definir metas realistas para o OEE (exemplo: melhorar de 60% para 70% em seis meses).
- Garantir apoio da gestão para fornecer os recursos necessários.
- Criar uma equipa multidisciplinar (produção, manutenção, qualidade, engenharia).
- Explicar a importância do OEE aos operadores para que compreendam o impacto no desempenho da empresa.
- Exemplo:
- Numa fábrica de fechaduras, a direção define como objetivo reduzir os tempos de paragem não planeada em 20% nos próximos seis meses, atribuindo responsabilidades a equipas de manutenção e produção.
- Medição e Monitorização Inicial do OEE
- Para melhorar o OEE, é essencial primeiro medir corretamente os valores atuais, garantindo que os dados recolhidos são fiáveis.
- Ações Essenciais:
- Instalar sistemas de monitorização (MES, sensores IoT) para recolha automática de dados.
- Se necessário, utilizar registos manuais fiáveis, padronizando medições.
- Definir o tempo de ciclo ideal, tempos de setup e limites de defeitos aceitáveis.
- Criar dashboards para visualização dos KPI’s do OEE em tempo real.
- Exemplo:
- Uma empresa de mobiliário de madeira constata que o seu OEE real do posto de montagem de portas é de apenas 58% devido a registos incorretos de paragens e perdas de velocidade. Após implementar um sistema digital de recolha de dados, consegue obter medições mais fiáveis.
- Identificação das Principais Perdas
- A próxima etapa é identificar quais os fatores que afetam negativamente o OEE, analisando as Seis Grandes Perdas.
- Ações Essenciais:
- Classificar as perdas por categoria (disponibilidade, desempenho e qualidade).
- Usar ferramentas como Pareto (80/20) para identificar as causas que mais impactam o OEE.
- Realizar reuniões com operadores para entender problemas não documentados.
Categoria | Exemplo de Perda Identificada |
Disponibilidade: Fazer agora | Paragens frequentes para ajustes de máquina |
Desempenho: Fazer agora | Operação abaixo da velocidade nominal por receio de falhas |
Qualidade: Fazer agora | Taxa de defeitos elevada devido a variações de matéria-prima |
- Exemplo:
- Uma empresa de fabrico de artigos de papelaria identifica que 40% do tempo perdido vem de setups demorados. Decide aplicar SMED para reduzir o tempo de trocas de ferramentas.
- Definição de Planos de Ação e Metodologias de Melhoria
- Após identificar as principais perdas, a empresa deve definir estratégias concretas para melhorar cada um dos fatores do OEE.
- Para melhorar a Disponibilidade:
- Implementar TPM (Total Productive Maintenance) para reduzir avarias e paragens não planeadas.
- Aplicar Manutenção Preditiva com sensores IoT.
- Para melhorar o Desempenho:
- Aplicar Lean Manufacturing para reduzir tempos mortos e melhorar fluxos de produção.
- Otimizar tempos de ciclo através de ajustes de parâmetros das máquinas.
- Para melhorar a Qualidade:
- Introduzir SPC (Statistical Process Control) para monitorizar variações nos processos.
- Melhorar treino dos operadores para evitar erros humanos.
- Exemplo:
- Uma fábrica de peças metálicas adota Manutenção Autónoma no TPM, permitindo que os operadores realizem verificações diárias nas máquinas, reduzindo falhas inesperadas em 30%.
- Implementação das Melhorias
- Após o planeamento, é hora de executar as ações, garantindo que as melhorias são testadas e acompanhadas.
- Ações Essenciais:
- Testar as melhorias primeiro em setores piloto antes da implementação geral.
- Definir métricas de acompanhamento para validar os resultados.
- Corrigir problemas inesperados durante a implementação.
- Rever continuamente os planos para garantir eficiência.
- Exemplo:
- Uma empresa têxtil começa por aplicar SMED numa máquina específica e, após reduzir o tempo de setup de 50 minutos para 20 minutos, expande a metodologia para toda a fábrica.
- Acompanhamento, Auditoria e Sustentabilidade das Melhorias
- A melhoria contínua do OEE não deve ser um projeto pontual, mas sim um processo contínuo e sustentável.
- Ações Essenciais:
- Realizar auditorias periódicas ao OEE para garantir que os ganhos são mantidos.
- Criar reuniões regulares para análise dos resultados.
- Definir novos objetivos de melhoria ao longo do tempo.
- Reforçar o envolvimento dos operadores para evitar regressão.
- Exemplo:
- Uma fábrica de componentes eletrónicos define que todos os meses haverá uma revisão dos indicadores de OEE, ajustando as ações conforme necessário.
- Exemplo – Implementação de um Programa de Melhoria do OEE
- Empresa: Tornearia
- Problema Inicial: OEE de 57%, devido a paragens frequentes e alta taxa de defeitos
- Objetivo: Melhorar o OEE para 70% em 6 meses.
Etapa | Ação Tomada | Resultado Obtido |
Medição inicial | Implementação de um sistema MES | OEE real identificado em 57% |
Identificação de perdas | Uso do método Pareto para classificar causas | 40% das perdas de tempo devido a setups |
Definição de plano de ação | Aplicação de SMED e TPM | Redução dos tempos de setup em 35% |
Implementação das melhorias | Formação dos operadores e otimização da qualidade | Redução de 30% nos defeitos |
Acompanhamento | Auditorias mensais e ajustes contínuos | OEE atingiu 72% ao fim de 6 meses |
- Conclusão
- A implementação de um programa de melhoria contínua do OEE exige método, envolvimento e disciplina, mas os benefícios são enormes. Empresas que adotam uma abordagem estruturada conseguem:
- Reduzir custos operacionais e desperdícios.
- Aumentar a produtividade sem investimentos elevados.
- Melhorar a qualidade e reduzir retrabalho.
- Aumentar a competitividade no mercado.
A chave para o sucesso é medir, analisar, melhorar e repetir! |
12. Exemplos Práticos – OEE na Empresa
- Apresentação de exemplos que ilustram desafios, soluções e impactos financeiros da melhoria do OEE.
- Exemplo 1
- OEE muito baixo (55%) devido a avarias frequentes e paragens para ajustes.
- Situação Inicial:
- Empresa: PME metalomecânica, produção de peças para a indústria automóvel.
- OEE: 55%, causado por elevado tempo de inatividade e falhas repetitivas.
- Impacto: Prazos de entrega falhados e custos elevados de manutenção corretiva.
- Solução Implementada:
- Implementação de um programa TPM (Total Productive Maintenance) para reduzir falhas inesperadas.
- Manutenção Preditiva com sensores IoT para monitorizar temperatura e vibração dos equipamentos.
- Redução do tempo de afinação de máquinas através de padronização de setups e aplicação de SMED.
- Resultados Obtidos (em 6 meses):
Indicador | Antes | Depois |
OEE (%) | 55% | 72% (+17 pontos %) |
Tempo médio entre falhas | 4 dias | 8 dias (+100%) |
Tempo de setup médio | 40 min | 20 min (-50%) |
Produção diária | 10.000 peças | 12.500 peças (+25%) |
- Conclusão:
- Com a melhoria da disponibilidade e eficiência da produção, a empresa conseguiu aumentar a produção sem investir em novas máquinas, melhorando os prazos de entrega e reduzindo custos de manutenção.
- Exemplo 2
- Atrasos nos prazos de entrega devido a setups demorados e desorganização no fluxo produtivo.
- Situação Inicial:
- Empresa: Fabrico de placas eletrónicas para o setor automóvel.
- OEE: 58%, devido a setups longos e tempos de espera desnecessários entre processos.
- Impacto: Falta de capacidade para responder a novos pedidos de clientes.
- Solução Implementada:
- Aplicação da metodologia Lean Manufacturing para reduzir tempos de espera entre processos.
- Uso de SMED para reduzir tempos de setup das máquinas de soldadura.
- Automatização do transporte de materiais entre estações de trabalho.
- Resultados Obtidos (em 6 meses):
Indicador | Antes | Depois |
OEE (%) | 58% | 74% (+16 pontos %) |
Tempo médio de setup | 60 min | 25 min (-58%) |
Tempo de espera entre processos | 12 min | 4 min (-66%) |
Prazos de entrega cumpridos | 75% dos pedidos | 98% dos pedidos |
- Conclusão:
- Com a redução dos tempos de setup e eliminação de tempos mortos entre operações, a empresa ganhou capacidade produtiva suficiente para aceitar novos pedidos sem precisar de investir em mais equipamentos.
- Comparação dos Resultados dos Casos de Estudo
Indicador | Exemplo 1 | Exemplo 2 |
OEE Antes | 55% | 58% |
OEE Depois | 72% | 74% |
Melhoria de Produção | +25% | +15% |
Redução de Defeitos | N/A | N/A |
Redução de Setup | -50% | -58% |
Impacto na Rentabilidade | Menos custos de manutenção, mais produção sem novos investimentos | Capacidade produtiva aumentada sem necessidade de novas máquinas |
- Conclusão Final
- Os casos de estudo apresentados demonstram que a melhoria do OEE tem impacto direto na eficiência operacional e na rentabilidade das empresas. Os principais aprendizados incluem:
- Reduzir tempos de setup e micro paragens tem um impacto direto na produtividade.
- A digitalização da produção e monitorização contínua permitem identificar oportunidades de melhoria rapidamente.
- A melhoria do OEE permite aumentar a produção sem necessidade de grandes investimentos em novas máquinas.
- Empresas que aplicam metodologias como TPM, Lean, SMED e SPC conseguem ganhos sustentáveis.
- As PME podem beneficiar destas estratégias para aumentar a competitividade e rentabilidade, mesmo com recursos limitados.
13. Estudo de Caso
- Introdução
- Este estudo detalha a implementação de um programa de melhoria do OEE numa fábrica de embalagens plásticas para o setor alimentar. A empresa enfrentava perdas significativas na eficiência da produção devido a uma elevada taxa de defeitos e operação abaixo da velocidade nominal das máquinas.
- O objetivo principal era aumentar o OEE de 62% para 78% em 4 meses, reduzindo defeitos e microparagens, enquanto otimizava a velocidade de produção.
- Caracterização da Empresa
- Setor: Produção de embalagens plásticas para setor alimentar.
- Máquinas principais: extrusoras e máquinas de impressão.
- Número de turnos: 3 turnos diários de 8 horas cada.
- Principais desafios: Alta taxa de desperdício, paragens curtas frequentes e velocidade reduzida.
- Situação antes da melhoria:
- OEE: 62%
- Taxa de defeitos: 8%
- Velocidade média das máquinas: 85% da capacidade teórica
- Produção mensal: 1.000.000 embalagens
- Problemas Identificados e Diagnóstico
- A primeira etapa foi analisar os fatores que limitavam o OEE, utilizando monitorização digital e observação direta no chão de fábrica.
- Alta Taxa de Defeitos (8%)
- Problema
- Muitas embalagens apresentavam falhas na selagem, variações na espessura e problemas na impressão.
- Causas identificadas:
- Oscilações de temperatura durante a extrusão do plástico.
- Falta de padrões de controlo de qualidade em tempo real.
- Operação Abaixo da Velocidade Nominal
- Problema
- Os operadores reduziam a velocidade das máquinas para evitar defeitos, causando diminuição da produtividade.
- Causas identificadas:
- Falta de confiança nos parâmetros padrão da máquina.
- Equipamentos com desgaste mecânico (motores, sensores, correias).
- Pequenos desalinhamentos no sistema de transporte das embalagens, levando a encravamentos frequentes.
- Micro paragens e Pequenos Tempos Mortos
- Problema
- Pequenos problemas (paragens inferiores a 5 minutos) ocorriam frequentemente e não eram registados corretamente.
- Causas identificadas:
- Ajustes manuais frequentes nos rolos de impressão.
- Sensores que travavam a máquina devido a leituras incorretas.
- Falta de um sistema MES (Manufacturing Execution System) para monitorizar as paragens.
- Soluções Implementadas
- Com base na análise das perdas, foram adotadas três principais ações estratégicas:
- Implementação de um Sistema MES para Monitorização Contínua
- Objetivo:
- Registar automaticamente as paragens e perdas de desempenho.
- Ações:
- Instalação de sensores IoT para medir temperatura, velocidade e vibração dos motores.
- Implementação de um dashboard digital para acompanhamento do OEE em tempo real.
- Treino dos operadores para registar manualmente pequenas paragens e suas causas.
- Resultado:
- Maior confiabilidade dos dados do OEE, permitindo tomadas de decisão rápidas.
- Uso de Visão Artificial para Inspeção de Qualidade
- Objetivo:
- Reduzir a taxa de defeitos e melhorar o controlo de qualidade em tempo real.
- Ações:
- Instalação de sistemas de visão artificial para inspecionar automaticamente a selagem e impressão das embalagens.
- Implementação de um sistema de alarme visual e sonoro quando a qualidade começava a deteriorar-se.
- Aplicação do SPC (Statistical Process Control) para monitorizar tendências de variação.
- Resultado:
- Redução da taxa de defeitos de 8% para 3%.
- Eliminação da necessidade de retrabalho manual, aumentando a produtividade.
- Otimização da Velocidade de Produção sem Comprometer a Qualidade
- Objetivo:
- Atingir 97% da capacidade nominal sem aumentar defeitos.
- Ações:
- Ajuste fino dos parâmetros das máquinas para encontrar a velocidade ideal.
- Manutenção preventiva nos motores e rolos de alimentação.
- Aplicação de um programa Kaizen para envolver os operadores na otimização da velocidade.
- Resultado:
- Aumento da velocidade de produção de 85% para 97% da capacidade nominal.
- Eliminação de encravamentos frequentes, reduzindo os tempos mortos.
- Resultados Finais Após 4 Meses
- Após a implementação das soluções, a empresa melhorou significativamente o OEE e a eficiência da produção:
Indicador | Antes da Melhoria | Depois da Melhoria |
OEE (%) | 62% | 78% (+16 pontos %) |
Taxa de Defeitos (%) | 8% | 3% (-5 pontos %) |
Velocidade média da linha (%) | 85% da capacidade | 97% da capacidade |
Microparagens/dia | 30 | 10 (-67%) |
Produção mensal | 1.000.000 embalagens | 1.200.000 embalagens (+20%) |
- Impacto Financeiro
- A melhoria do OEE gerou um impacto direto na rentabilidade da empresa, reduzindo custos operacionais e aumentando a capacidade produtiva sem necessidade de investimentos em novas máquinas.
Indicador Financeiro | Antes | Depois |
Custo unitário de produção (€) | 0,50€ | 0,45€ (-10%) |
Desperdício de matéria-prima (€) | 80.000€ | 30.000€ (-50.000€) |
Lucro mensal (€) | 150.000€ | 190.000€ (+40.000€) |
- Conclusão
- A empresa conseguiu aumentar a produção sem necessidade de investimento em novos equipamentos, reduzindo o custo por unidade produzida e aumentando os lucros.
- Conclusão e Lições Aprendidas
- Este caso de estudo demonstra que melhorias no OEE podem ser alcançadas sem grandes investimentos, apenas otimizando processos e metodologias de trabalho.
- A digitalização (MES, IoT e visão artificial) melhorou a visibilidade e o controlo dos processos.
- Ajustes simples na manutenção e nos parâmetros das máquinas permitiram operar a velocidade ideal.
- A redução da taxa de defeitos melhorou a rentabilidade da empresa.
- Conclusão
- Pequenas mudanças bem direcionadas podem gerar grandes impactos financeiros e produtivos!
14. Conclusão e Reflexões Finais
- A implementação do OEE (Overall Equipment Effectiveness) como ferramenta de medição e melhoria contínua da eficiência industrial tem sido um marco na evolução da gestão produtiva. No entanto, para que este indicador seja realmente útil e não apenas um número estatístico, é fundamental adotar uma abordagem estratégica e integrada, evitando erros comuns e antecipando desafios futuros
- Como garantir que o OEE seja um indicador útil e não apenas um número estatístico?
- Para que o OEE se torne uma ferramenta de melhoria real e não apenas uma métrica, é essencial:
- Vincular o OEE a ações concretas
- A análise do OEE deve conduzir a planos de ação bem definidos para eliminar desperdícios e otimizar processos. Empresas que apenas calculam o OEE sem implementar melhorias efetivas não obtêm resultados.
- Monitorizar o OEE em tempo real
- A integração com sistemas ERP-MES-SFC permite uma visão contínua do desempenho produtivo e facilita a tomada de decisões imediatas.
- Analisar as causas das perdas
- Em vez de se concentrar apenas no valor percentual final, as empresas devem detalhar os componentes do OEE (Disponibilidade, Desempenho e Qualidade) para identificar onde se encontram as maiores oportunidades de melhoria.
- Criar uma cultura de melhoria contínua
- O envolvimento dos operadores na análise dos fatores que impactam o OEE é essencial. Programas como Kaizen e TPM incentivam a responsabilidade coletiva na redução de desperdícios.
- Definir metas realistas e progressivas
- Um OEE de 85% pode ser um objetivo ideal, mas para muitas PME, melhorias graduais de 2 a 5 pontos percentuais ao longo do tempo já representam um grande avanço.
- Principais erros na implementação do OEE e como evitá-los.
- Erro 1: Falta de precisão na recolha de dados
- Muitas empresas dependem de registos manuais sujeitos a erros e omissões.
- Solução:
- Automatizar a recolha de dados através de sensores IoT, sistemas MES e dashboards interativos.
- Erro 2: Foco excessivo no valor final do OEE
- Algumas empresas apenas analisam o OEE global sem aprofundar as suas causas.
- Solução:
- Avaliar separadamente Disponibilidade, Desempenho e Qualidade para atuar nas maiores fontes de perda.
- Erro 3: Comparação inadequada de benchmarks
- Diferentes setores industriais têm benchmarks distintos de OEE, e comparar com padrões irreais pode gerar expectativas desajustadas.
- Solução:
- Utilizar referências específicas para cada indústria e adaptar metas à realidade da empresa.
- Erro 4: Falta de envolvimento da equipa operacional
- O OEE não deve ser uma métrica exclusiva da gestão, mas uma ferramenta operacional.
- Solução:
- Treinar e motivar operadores para que contribuam ativamente na melhoria dos fatores que impactam o OEE.
- Erro 5: Falta de ligação entre OEE e rentabilidade
- Se a melhoria do OEE não se traduzir em ganhos financeiros, pode ser difícil justificar investimentos na sua implementação.
- Solução:
- Relacionar o OEE com a redução de custos operacionais, aumento da capacidade produtiva e melhoria na entrega ao cliente.
- Reflexão sobre o futuro do OEE na Empresa 4.0 e nas PME
- O avanço tecnológico e a digitalização da produção estão a transformar o papel do OEE, tornando-o cada vez mais preditivo e integrado na gestão global das empresas.
- A digitalização do OEE
- A integração com Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data permite não apenas medir, mas prever padrões de desempenho e antecipar falhas.
- Softwares de Gêmeos Digitais (Digital Twins) poderão simular cenários produtivos antes da sua implementação real, permitindo ajustes mais eficazes na eficiência dos equipamentos.
- OEE nas PME
- Pequenas e médias empresas enfrentam desafios adicionais, como menores recursos para investir em digitalização. No entanto, soluções escaláveis, como sensores acessíveis, podem democratizar o acesso a sistemas de monitorização do OEE.
- A implementação gradual, começando pela automação da recolha de dados e análise sistemática das perdas, pode gerar ganhos progressivos sem necessidade de grandes investimentos iniciais.
- O OEE como elemento estratégico da Indústria 4.0
- No futuro, o OEE não será apenas um indicador de eficiência fabril, mas um fator-chave na gestão global das operações industriais.
- A interligação com SCM (Supply Chain Management), ERP (Enterprise Resource Planning) e WMS (Warehouse Management System) permitirá alinhar o desempenho produtivo com a gestão de stocks e a cadeia logística.
- Considerações Finais
- O OEE continuará a ser uma ferramenta essencial para a gestão industrial, mas a sua real utilidade depende de uma abordagem estratégica, analítica e proativa. Empresas que utilizam o OEE apenas como um número para relatórios não tiram proveito do seu verdadeiro potencial. No entanto, quando bem aplicado, o OEE é um dos principais aliados na jornada rumo à eficiência operacional, à competitividade e à sustentabilidade industrial na era digital.