VSM – Value Stream Mapping

Descubra como o “Value Stream Mapping (VSM)” pode transformar os seus processos, eliminando desperdícios e criando valor de forma estratégica.”
Seja o gestor que lidera a mudança e posiciona a sua empresa como referência na indústria transformadora.
Cada gargalo no seu processo é uma oportunidade de ouro para melhorar – o “VSM” mostra-lhe como.
Num mercado competitivo, a eficiência não é uma opção, é uma necessidade – conheça a ferramenta que o levará à frente.”
Transforme complexidade em clareza e desafios em vantagens competitivas com o poder do “VSM”.

Introdução

    No coração da competitividade da indústria transformadora portuguesa está a capacidade de criar valor de forma eficiente e sustentável. É aqui que o Value Stream Mapping (VSM) se destaca como uma ferramenta indispensável. Num mercado global onde cada segundo e cada recurso contam, o VSM oferece aos gestores a visão estratégica necessária para identificar desperdícios, otimizar fluxos e, acima de tudo, entregar valor superior ao cliente.
    Imagine uma fábrica onde cada etapa do processo está alinhada com os objetivos da empresa e as expectativas do cliente. Onde tempos de espera são eliminados, inventários excessivos desaparecem, e cada ação é realizada com propósito. É isso que o VSM possibilita: transformar complexidade em clareza, gargalos em oportunidades e desafios em vantagens competitivas.

Origem

    Início nos princípios do Lean Manufacturing:
      O VSM encontra as suas raízes no sistema de produção desenvolvido pela Toyota na década de 1950, designado como Toyota Production System TPS. Este sistema foi concebido para eliminar desperdícios (muda) e criar fluxos eficientes.
      O conceito de cadeia de valor foi introduzido como parte da visão de identificar atividades que agregam valor do ponto de vista do cliente.
    Formalização da ferramenta:
      Embora as ideias fundamentais existissem no TPS, o VSM foi formalmente apresentado ao público mais amplo no livro “Learning to See”, de Mike Rother e John Shook, publicado em 1998 pelo Lean Enterprise Institute.
      oEste livro deu estrutura ao processo de mapeamento, apresentando símbolos específicos para representar diferentes componentes do fluxo e estabelecendo o método em duas fases principais: o estado atual e o estado futuro.
    Ligação com o pensamento Lean:
      O VSM tornou-se um pilar da abordagem Lean, especialmente após o lançamento do livro “The Machine That Changed the World” (1990), de James Womack, Daniel Jones e Daniel Roos, que difundiu os conceitos de produção enxuta e o termo Lean Manufacturing.

Evolução e Desenvolvimento

    Expansão para outros setores:
      Originalmente concebido para a indústria transformadora, o VSM foi adaptado a outros setores, como serviços, saúde e tecnologia, devido à sua eficácia em identificar e reduzir ineficiências.
    Integração com outras metodologias:
      O VSM complementa outras ferramentas Lean, como o Kaizen, 5S e Kanban, proporcionando uma visão global do fluxo e facilitando a identificação de áreas para melhorias detalhadas.
      A integração com abordagens como Six Sigma e Agile também reforçou o papel do VSM como ferramenta estratégica.
    Digitalização e avanços tecnológicos:
      Com o advento de tecnologias como o Big Data e a Indústria 4.0, o VSM evoluiu para incluir o mapeamento digital, permitindo análises em tempo real e maior precisão na identificação de gargalos e desperdícios.
    Foco na sustentabilidade:
      Recentemente, o VSM começou a ser aplicado para mapeamentos mais sustentáveis, identificando impactos ambientais e promovendo práticas ecológicas ao longo da cadeia de valor.

Importância Atual

    O VSM continua a ser uma ferramenta essencial para empresas que procuram:
    Aumentar a eficiência operacional.
    Reduzir desperdícios e custos.
    Melhorar a satisfação do cliente ao oferecer valor de forma consistente.
    A sua flexibilidade e capacidade de adaptação a diferentes setores e tecnologias fazem do VSM um aliado indispensável na transformação Lean e na busca pela excelência operacional.

Objetivos

    O VSM é uma ferramenta estratégica que tem como principal objetivo analisar e melhorar fluxos de valor em processos produtivos e operacionais. Os objetivos específicos da sua utilização variam em função do contexto e do setor, mas centram-se em identificar desperdícios, aumentar a eficiência e criar valor do ponto de vista do cliente.
    Identificação de Desperdícios (Muda)
      Descrição: o VSM permite identificar atividades que consomem recursos sem agregar valor ao produto ou serviço final. Este é um dos princípios fundamentais do Lean.
      Exemplo: no setor industrial, pode revelar excesso de movimentação de materiais, inventário em espera ou tempo de inatividade das máquinas.
      Impacto: a eliminação dos desperdícios reduz custos, melhora o uso dos recursos e aumenta a produtividade.
    Criação de Fluxos Contínuos
      Descrição: através do mapeamento do estado atual, o VSM evidencia interrupções, gargalos e ineficiências que comprometem a fluidez dos processos.
      Exemplo: num armazém logístico, o VSM pode identificar áreas onde os materiais estão retidos devido a uma má organização ou excesso de etapas.
      Impacto: permite implementar fluxos mais contínuos e eficazes, reduzindo tempos de ciclo e aumentando a capacidade produtiva.
    Foco no Valor para o Cliente
      Descrição: o VSM ajuda a distinguir atividades que agregam valor daquelas que não o fazem, do ponto de vista do cliente final.
      Exemplo: num hospital, um mapeamento do fluxo de pacientes pode mostrar tempos de espera desnecessários que prejudicam a perceção do serviço.
      Impacto: garante que os processos estão alinhados com as necessidades e expectativas do cliente, promovendo maior satisfação.
    Redução do Tempo de Ciclo (Lead Time)
      Descrição: ao evidenciar etapas desnecessárias ou ineficientes, o VSM permite encurtar o tempo total necessário para completar um processo.
      Exemplo: na produção de bens, o VSM pode identificar redundâncias no transporte de materiais, reduzindo o tempo até à entrega ao cliente.
      Impacto: acelera a entrega de produtos ou serviços, melhorando a competitividade e a eficiência operacional.
    Planeamento do Estado Futuro
      Descrição: uma das funções essenciais do VSM é criar um plano de melhorias, que mapeia um estado futuro ideal onde as ineficiências foram eliminadas.
      Exemplo: após mapear o estado atual de uma cadeia de valor, uma empresa pode projetar um fluxo simplificado com menos etapas e mais integração.
      Impacto: facilita a tomada de decisões estratégicas e a implementação de melhorias sustentáveis.
    Melhoria da Comunicação e Colaboração
      Descrição: o VSM utiliza uma linguagem visual clara e compreensível, facilitando a comunicação entre equipas e departamentos.
      Exemplo: numa organização com vários departamentos (produção, qualidade, logística), o VSM permite que todos tenham uma visão comum dos problemas e das soluções.
      Impacto: fomenta uma cultura de colaboração e alinhamento em torno dos objetivos organizacionais.
    Alinhamento com Estratégias Lean
      Descrição: como parte integrante do Lean, o VSM permite implementar práticas de melhoria contínua e suportar iniciativas como Kaizen ou Just-in-Time (JIT).
      Exemplo: uma empresa que adota Lean pode usar o VSM para sincronizar fluxos e reduzir o inventário em excesso.
      Impacto: fortalece a cultura Lean e apoia o alcance de objetivos de eficiência e competitividade.
    Apoio à Sustentabilidade
      Descrição: o VSM ajuda a identificar desperdícios não apenas financeiros, mas também ambientais, como consumo excessivo de energia, materiais ou emissões desnecessárias.
      Exemplo: uma empresa de logística pode mapear o consumo de combustível ao longo da sua cadeia de abastecimento, propondo rotas mais eficientes.
      Impacto: contribui para práticas mais sustentáveis, alinhando-se com objetivos ambientais e de responsabilidade social.
    Aumento da Flexibilidade e Resiliência
      Descrição: o VSM permite compreender melhor os fluxos de valor e preparar a organização para lidar com variações na procura ou interrupções na cadeia de abastecimento.
      Exemplo: durante a pandemia, muitas empresas usaram o VSM para redesenhar processos e aumentar a capacidade de resposta às mudanças de mercado.
      Impacto: garante maior adaptabilidade a desafios e oportunidades, fortalecendo a competitividade.
    Os principais objetivos do VSM, como a redução de desperdícios, a criação de valor para o cliente e a melhoria contínua dos processos, tornam-no indispensável em diversos setores. Para alcançar esses objetivos, o VSM promove um pensamento estratégico, onde a eficiência operacional e a satisfação do cliente são prioridades constantes.

Âmbito

    A flexibilidade e abordagem visual do Value Stream Mapping (VSM) permitem a sua adaptação a diferentes tipos de processos, tornando-o uma ferramenta universal para identificar e eliminar desperdícios, melhorar fluxos e maximizar a criação de valor.
    Setores de Atividade e Aplicações do VSM
    Indústria Transformadora:
      Utilizações: é aplicado no mapeamento de fluxos de materiais e informação, identificando gargalos, desperdícios e atividades que não agregam valor.
      Exemplo: uma fábrica automóvel pode usar o VSM para otimizar a linha de montagem, reduzindo tempos de espera e maximizando a eficiência dos processos.
    Saúde:
      Crescimento na aplicação: o setor da saúde adotou o VSM para melhorar fluxos em hospitais, clínicas e centros de diagnóstico. A sua utilização foca-se em reduzir tempos de espera dos pacientes, aumentar a eficiência nos fluxos de trabalho e melhorar a experiência do utilizador.
      Exemplo: mapear o percurso de um paciente desde a entrada nas urgências até ao diagnóstico, com o objetivo de reduzir tempos de espera e duplicação de procedimentos.
    Serviços:
      Ampla adoção: empresas de serviços utilizam o VSM para analisar processos como atendimento ao cliente, fluxos administrativos e operações financeiras.
      Exemplo: um banco pode mapear o processo de abertura de conta, identificando etapas redundantes e reduzindo o tempo necessário para completar o procedimento.
    Logística e Cadeia de Abastecimento:
      Importância estratégica: no setor logístico, o VSM é usado para analisar fluxos de materiais, transporte, armazenamento e informações ao longo da cadeia de abastecimento.
      Exemplo: uma empresa de transporte pode usar o VSM para otimizar rotas e reduzir atrasos nas entregas, melhorando a eficiência logística.
    Tecnologia da Informação (TI):
      Adaptação ao digital: na TI, o VSM é utilizado para mapear fluxos de desenvolvimento de software, entrega de serviços tecnológicos e gestão de projetos.
      Exemplo: uma equipa de desenvolvimento Agile pode mapear os ciclos de desenvolvimento e implementação de software para reduzir atrasos e aumentar a frequência de entregas.
    Energia e Ambiente:
      Sustentabilidade: o VSM é cada vez mais aplicado para identificar e eliminar desperdícios em processos energéticos e mapear impactos ambientais nas cadeias de valor.
      Exemplo: empresas de energia renovável utilizam o VSM para otimizar processos de instalação de sistemas solares, desde o fabrico até à implementação no cliente final.
    Setor Público e Educação:
      Melhoria de serviços: no setor público, o VSM é utilizado para melhorar fluxos de trabalho em departamentos governamentais e escolas, promovendo maior eficiência e qualidade nos serviços prestados.
      Exemplo: uma escola pode mapear o processo de inscrição de alunos, identificando formas de simplificar a experiência tanto para os pais quanto para os funcionários.
    Benefícios do VSM em Diferentes Setores
    Redução de desperdícios: em qualquer setor, o VSM permite identificar atividades que consomem recursos sem gerar valor, eliminando-as ou otimizando-as.
    Melhoria da experiência do cliente: ao focar-se no que agrega valor, o VSM melhora diretamente a perceção e satisfação dos clientes.
    Flexibilidade e escalabilidade: a metodologia adapta-se facilmente a processos simples ou complexos, tornando-a útil em organizações de qualquer dimensão.
    O VSM, portanto, transcende a sua aplicação original na fabricação de produtos e tornou-se uma ferramenta indispensável para qualquer setor que procure eficiência operacional e excelência na criação de valor. Esta abrangência assegura que a ferramenta permanece relevante numa economia global em constante evolução.

Estrutura

    A estrutura do VSM está organizada em diferentes componentes fundamentais, que permitem compreender o estado atual do fluxo de valor e planear o estado futuro ideal.
    Componentes da Estrutura do VSM
    A estrutura do VSM divide-se em várias partes essenciais:
    Fluxo de Materiais: representa o percurso físico que os materiais seguem ao longo do processo produtivo ou do serviço. Inclui:
      Entrada de matérias-primas.
      Transformações ao longo das etapas do processo.
      Saída do produto final ou entrega do serviço.
    Fluxo de Informação: mostra como as informações são transmitidas ao longo da cadeia de valor, desde o cliente até aos fornecedores e entre as etapas internas. Inclui:
      Pedidos do cliente.
      Ordens de produção.
      Comunicação com fornecedores.
    Atividades que Agregam Valor e Não Agregam Valor
      Atividades que agregam valor: aquelas que transformam diretamente o produto ou serviço para atender às necessidades do cliente.
      Atividades que não agregam valor: passos que consomem recursos sem aumentar o valor percebido pelo cliente (desperdícios).
    Linha de Tempo
    É usada para registar o tempo necessário em cada etapa do processo, dividido em:
      Tempo de valor agregado (Value-Added Time – VAT): o tempo efetivamente gasto em atividades que criam valor.
      Tempo de não valor agregado (Non-Value-Added Time – NVAT): tempos de espera, movimentação e outras atividades que não agregam valor.
    Estado Atual e Estado Futuro
      Estado Atual: representa o processo como ele existe no momento, com todos os problemas e ineficiências identificados.
      Estado Futuro: desenho do processo ideal, onde os desperdícios são eliminados, os fluxos são otimizados e o valor entregue ao cliente é maximizado.
    Elementos Visuais do VSM
    O VSM utiliza símbolos padronizados para representar os diferentes componentes do fluxo de valor. Abaixo estão alguns dos principais elementos visuais:
    Símbolos de Fluxo de Materiais
      Setas sólidas: representam o movimento físico dos materiais entre as etapas do processo.
      Caminhos de transporte: mostram movimentações internas e externas.
    Símbolos de Fluxo de Informação
      Setas pontilhadas: indicativos de fluxos de informações, como ordens de produção ou comunicações com fornecedores.
      Representação do cliente e do fornecedor: posicionados nas extremidades do mapa, indicam o início e o fim do fluxo de informações.
    Caixas de Processo: apresentam etapas específicas do processo. Cada caixa inclui dados sobre a etapa, como:
      Tempo de ciclo.
      Tempo de valor agregado
      Número de operadores envolvidos.
    Símbolos de Armazém e Inventário
      Representam áreas de armazenamento ou pontos onde os materiais aguardam o próximo passo do processo.
      Incluem a quantidade de inventário e o tempo de espera correspondente.
    Símbolos de Gargalos
      Identificam áreas onde há atrasos, excesso de trabalho ou ineficiências significativas.
    Etapas para Construção do VSM
    A construção de um VSM segue um processo lógico e sequencial:
    Identificação do Fluxo de Valor: escolher o processo ou serviço a ser mapeado, geralmente aqueles com impacto direto na satisfação do cliente.
    Mapeamento do Estado Atual: recolher dados sobre o processo existente, incluindo tempos de ciclo, fluxos de materiais e informações.
    Análise do Estado Atual: identificar desperdícios, gargalos e atividades que não agregam valor.
    Desenho do Estado Futuro: criar um mapa que represente um processo mais eficiente, com melhorias nos fluxos de materiais, informações e tempos.
    Implementação do Estado Futuro: desenvolver um plano de ação para transformar o processo de acordo com o estado futuro desenhado.
    Revisão e Melhoria Contínua: monitorizar o desempenho do novo processo e ajustar conforme necessário.
    Estrutura Simplificada do VSM
    Cliente: define a procura e inicia o fluxo de informações.
    Fornecedores: entregam matérias-primas com base nos pedidos.
    Etapas de Processos: cada etapa inclui tempos de ciclo, informações de espera e recursos utilizados.
    Inventário: identifica os pontos de armazenamento e os níveis de inventário.
    Linha de Tempo: mostra o tempo total, incluindo atividades que agregam e não agregam valor.
    A estrutura do VSM integra fluxos de materiais e fluxos de informações, atividades de valor e não valor agregado, e uma linha de tempo para criar uma visão holística do processo. É uma ferramenta poderosa para identificar ineficiências, eliminar desperdícios e planear melhorias que maximizem o valor entregue ao cliente.

Exemplos de aplicação

Exemplo 1 – Área Produtiva

    O Value Stream Mapping (VSM) aplicado com foco em identificar gargalos, desperdícios e ineficiências no processo, e propor melhorias que aumentem a eficiência e a qualidade dos produtos entregues à indústria hoteleira por uma Empresa Fabricante de Fogões a Gás para Hotelaria
    Contexto da Situação
    Produto: fogões a gás industriais personalizados para hotéis, restaurantes e cozinhas industriais.
    Objetivo do VSM: reduzir tempos de produção e melhorar o fluxo de materiais e informações, garantindo que os pedidos dos clientes sejam atendidos com maior rapidez e menor custo.
    Problemas Identificados
      Elevado tempo de espera entre etapas.
      Excesso de inventário em processos intermediários.
      Comunicação deficiente entre o departamento de planeamento e a produção.
    Etapas para Aplicação
    Identificação do Fluxo de Valor
      Escolhe-se o fluxo de valor do produto fogão a gás, desde o pedido do cliente até à entrega.
      As etapas do processo são:
        Receção do pedido.
        Planeamento e design.
        Receção de matérias-primas.
        Corte e moldagem de chapas metálicas.
        Montagem dos componentes (queimadores, grelhas, válvulas de gás).
        Inspeção de qualidade e testes de funcionamento.
        Embalagem e expedição.
    Mapeamento do Estado Atual
    O estado atual é mapeado com base nos seguintes dados (tempos de ciclo, inventário, tempos de espera):
Mapa do Estado atual
Etapa Valor Agregado? Tempo Ciclo Inventário (peças) Tempo de Espera
Receção do pedido Não 1 dia 1 dia
Planeamento e design Sim 2 dias 1 dia
Receção de matérias-primas Não 1 dia 200 peças 2 dias
Corte e moldagem de chapas Sim 3 horas 100 peças 1 dia
Montagem de componentes Sim 5 horas 50 peças 2 dias
Inspeção de qualidade e testes Sim 2 horas 20 peças 1 dia
Embalagem e expedição Não 1 hora 1 dia

    Totais:
      Tempo total do fluxo: 14 dias e 03 horas.
      Tempo de valor agregado (VA): 03 dias e 02 horasa.
      Tempo de não valor agregado (NVA): 11 dias e 01 hora.
    Análise do Estado Atual
    O VSM identifica os seguintes problemas no estado atual:
      Desperdícios de tempo de espera: excesso de tempo entre etapas, especialmente na receção de matérias-primas e na montagem.
      Inventário acumulado: grandes quantidades de inventário intermediário que representam custos adicionais e espaço ocupado.
      Fluxo de informações ineficiente: a comunicação entre o planeamento e o setor de produção é lenta e propensa a erros.
      Falta de integração entre etapas: a inexistência de um fluxo contínuo provoca interrupções.
    Desenho do Estado Futuro
    No estado futuro, propõem-se melhorias para eliminar os problemas identificados:
Propostas de Melhoria e Respetivos Impactos
Proposta de Melhoria Impacto Esperado
Implementação de sistema “Just-in-Time” (JIT) Reduz o inventário intermediário e os tempos de espera.
Reorganização das linhas de montagem Cria um fluxo contínuo entre corte, montagem e inspeção.
Automatização do planeamento Acelera a comunicação entre planeamento e produção.
Inspeção durante o processo Reduz a necessidade de inspeções extensivas no final.

    5. Novo Fluxo (Estado Futuro):
Mapa do Estado Futuro
Etapa Valor Agregado? Tempo Ciclo Inventário (peças) Tempo de Espera
Receção do pedido Não 1 dia 1 dia
Planeamento e design Sim 1 dia 0,5 dia
Receção de matérias-primas Não 0,5 dia 50 peças 0,5 dia
Corte e moldagem de chapas Sim 2 horas 20 peças 0,5 dia
Montagem de componentes Sim 3 horas 10 peças 0,5 dia
Inspeção e testes (integrada) Sim 1,5 horas
Embalagem e expedição Não 1 hora 0,5 dia

    Totais:
      Tempo total do fluxo: 6 dias e 7,5 horas.
      Tempo de valor agregado (VA): 2,5 dias e 6,5 horas.
      Tempo de não valor agregado (NVA): 3,5 dias e 1 hora.
    Implementação do Plano de Ação
      Prioridades Imediatas:
        o Reorganizar o layout da fábrica para melhorar a integração entre etapas.
        o Implementar um sistema de produção Just-in-Time.
      Investimentos de Médio Prazo:
        Automatizar o planeamento e a comunicação com fornecedores.
        Adquirir máquinas para automação parcial no corte de chapas.
    Resultados Esperados
    Redução do tempo total de produção em cerca de 52%.
    Diminuição do inventário intermediário em 78%.
    Aumento da produtividade e eficiência da mão-de-obra.
    Melhoria na capacidade de resposta aos pedidos dos clientes.
    Conclusão
    A aplicação do VSM na produção de fogões a gás para a indústria hoteleira permite transformar o processo produtivo, eliminando desperdícios, reduzindo tempos de espera e criando maior valor para o cliente. Esta abordagem não só melhora a competitividade da empresa, como promove uma cultura de melhoria contínua e excelência operacional.

Exemplo 2 – Área Comercial

    Aplicação do Value Stream Mapping (VSM) para identificar e melhorar o fluxo de valor relacionado com a gestão de pedidos e com a entrega de produtos a clientes numa Empresa Fabricante de Pequenos Eletrodomésticos (robôs de cozinha, micro-ondas, fritadeiras, máquinas de café, …)
    Contexto da Empresa
      Produtos: robôs de cozinha, micro-ondas, fritadeiras, máquinas de café e outros pequenos eletrodomésticos.
      Mercado:
        60% Nacional (Portugal).
        30% Europa (mercado europeu próximo, como Espanha e França).
        10% Outros mercados (América Latina, África e Ásia).
      Problemas Identificados:
        Demoras na resposta a pedidos de clientes.
        Comunicação ineficiente entre equipas (comercial, logística e produção).
        Erros na documentação e no processamento de encomendas.
        Tempos de entrega superiores ao esperado, especialmente para mercados fora de Portugal.
    Etapas do Processo Comercial
    O processo comercial mapeado é o seguinte:
      Receção do pedido (vendas online, encomendas de distribuidores ou retalhistas).
      Validação do pedido (estoque, dados de clientes, condições comerciais).
      Emissão de fatura proforma e confirmação ao cliente.
      Comunicação com a logística para preparação e expedição do pedido.
      Expedição do pedido.
      Confirmação da entrega e follow-up com o cliente.
    Mapeamento do Estado Atual
    O VSM permite identificar como o fluxo atual funciona, onde ocorrem atrasos e quais etapas não agregam valor.
Mapa do Estado Atual
Etapa Valor Agregado? Tempo Ciclo Tempo de Espera
Receção do pedido Sim 2 horas 1 dia
Validação do pedido Sim 4 horas 1 dia
Emissão da fatura proforma Sim 3 horas 0,5 dia
Comunicação com logística Não 2 horas 1 dia
Expedição do pedido Sim 5 horas 2 dias
Confirmação da entrega Sim 1 hora 0,5 dia

    Totais:
      Tempo total do fluxo: 8 dias e 1 hora.
      Tempo de valor agregado (VA): 12 horas.
      Tempo de não valor agregado (NVA): 6 dias e 5 horas.
    Análise do Estado Atual
    Com base no mapa do estado atual, identificam-se os seguintes problemas:
      Desperdícios no Tempo de Espera: os atrasos na validação dos pedidos e na comunicação com a logística são gargalos significativos.
      Erros na Comunicação: informações incompletas ou incorretas nos pedidos levam a ajustes tardios, aumentando os tempos de espera.
      Falta de Sincronização: os pedidos para mercados internacionais não estão bem coordenados com a logística, resultando em expedições mais lentas.
      Processos Repetitivos: algumas atividades, como validação de dados de clientes e estoques, são feitas manualmente, aumentando o tempo necessário.
    Planeamento do Estado Futuro
    O objetivo do estado futuro é otimizar o processo, reduzir tempos de espera e garantir uma resposta mais ágil aos clientes.
    Mapeamento do Estado Atual
    O VSM permite identificar como o fluxo atual funciona, onde ocorrem atrasos e quais etapas não agregam valor.
Mapa do Estado Futuro
Etapa Valor Agregado? Tempo Ciclo Tempo de Espera
Receção do pedido Sim 1 hora 0,5 dia
Validação do pedido Sim 2 horas 0,5 dia
Emissão da fatura proforma Sim 2 horas 0,25 dia
Comunicação com logística Não 1 hora 0,5 dia
Expedição do pedido Sim 4 horas 1 dia
Confirmação da entrega Sim 0,5 horas 0,25 dia

    Totais (Estado Futuro:
      Tempo total do fluxo: 04 dias e 02,5 horas.
      Tempo de valor agregado (VA): 01 dia e 01,5 horas.
      Tempo de não valor agregado (NVA): 03 dias e 01 horas.
    Ações Propostas para o Estado Futuro
    Automatização de Processos: implementar um sistema de gestão integrado ERP para automatizar a receção e validação de pedidos.
      Benefício: reduz os tempos de ciclo e minimiza erros.
    Melhorias na Comunicação Interna: criar um sistema de integração direta entre as equipas comerciais, de logística e de produção.
      Benefício: acelera o fluxo de informações e reduz tempos de espera.
    Sistema Just-in-Time para Logística: sincronizar as expedições de pedidos com os níveis de inventário e encomendas.
      Benefício: reduz atrasos na preparação de expedições, especialmente para mercados internacionais.
    Simplificação do Processo de Validação: introduzir validações automáticas de stocks e dados de clientes através do ERP.
      Benefício: elimina etapas repetitivas e reduz os tempos de não valor agregado.
    Segmentação de Mercados: diferenciar estratégias para o mercado nacional, europeu e internacional, priorizando a expedição de mercados mais próximos.
      Benefício: melhora os tempos de entrega em mercados prioritários.
    Resultados Esperados
    Com a implementação do estado futuro, espera-se:
    Redução do Tempo Total do Fluxo: de 8 dias e 1 horas para 4 dias e 2,5 horas (redução de 47%).
    Diminuição do Tempo de Não Valor Agregado: de 6 dias e 2 horas para 3 dias e 1 hora (redução de 50%).
    Aumento da Satisfação do Cliente: resposta mais rápida e precisa aos pedidos.
    Redução de Custos Operacionais: automatização de tarefas e redução de erros.
    Conclusão
    Este exemplo demonstra como o VSM pode ser aplicado à área comercial de uma empresa de pequenos eletrodomésticos, identificando e eliminando ineficiências no fluxo de valor. A utilização de tecnologia, aliada a processos mais simplificados e bem coordenados, permite não só aumentar a eficiência interna, mas também melhorar a experiência do cliente e a competitividade no mercado.

Desafios e Alternativas

    A aplicação do VSM na indústria transformadora oferece inúmeros benefícios, mas também enfrenta desafios que devem ser considerados para garantir o sucesso da implementação.
    Desafios na Implementação do VSM
    Resistência à Mudança
      Descrição: os colaboradores podem resistir à introdução do VSM, especialmente se não entenderem os seus benefícios ou se sentirem que o processo ameaça a sua estabilidade laboral.
      Impacto: dificuldade em envolver as equipas e obter adesão às mudanças propostas.
      Exemplo: operadores podem não colaborar no fornecimento de informações sobre tempos reais, por receio de que isso leve à automatização ou redução de pessoal.
    Falta de Dados Precisos
      Descrição: a precisão do VSM depende de dados fiáveis sobre tempos de ciclo, tempos de espera e fluxos de informação, que podem não estar disponíveis ou ser difíceis de recolher.
      Impacto: mapa impreciso e decisões de melhoria baseadas em informações incompletas.
      Exemplo: dados inconsistentes sobre inventários intermediários ou tempos de espera podem levar a uma análise errada dos gargalos.
    Complexidade de Processos
      Descrição: em processos complexos ou altamente variáveis, o mapeamento pode ser difícil devido à grande quantidade de etapas, fluxos paralelos e variações.
      Impacto: dificuldade em capturar todas as nuances do processo no VSM.
      Exemplo: linhas de produção com múltiplas variantes de produtos que seguem percursos distintos podem tornar o mapa confuso e difícil de interpretar.
    Integração de Fluxos de Informação e Materiais
      Descrição: muitos sistemas de produção têm fluxos de materiais e informações que não estão sincronizados, dificultando a identificação de desperdícios relacionados à comunicação.
      Impacto: gargalos e ineficiências podem não ser devidamente abordados.
      Exemplo: ordens de produção geradas com atraso, não refletindo as reais necessidades da linha de produção.
    Falta de Competências Técnicas
      Descrição: a criação de um VSM eficaz exige conhecimento técnico sobre a ferramenta e os conceitos Lean, o que pode faltar nas equipas.
      Impacto: resultados pouco eficazes ou subaproveitamento do VSM.
      Exemplo: representação inadequada dos fluxos de valor devido ao uso incorreto de símbolos ou interpretação errada dos dados.
    6. Custos de Implementação
      Descrição: o mapeamento, a análise e as alterações baseadas no VSM podem requerer recursos significativos, como tempo, formação e, em alguns casos, investimentos em tecnologia.
      Impacto: empresas podem hesitar em investir, especialmente se o retorno sobre o investimento ROI não for evidente.
      Exemplo: aquisição de softwares ou ferramentas de automação para suportar as mudanças propostas pelo VSM.
    Alternativas aos Desafios
    Promover a Cultura Lean
      Solução: sensibilizar e formar os colaboradores sobre os princípios Lean e os benefícios do VSM.
      Como Fazer: realizar sessões de formação e workshops para demonstrar como o VSM contribui para a eficiência e o sucesso organizacional.
      Exemplo: mostrar exemplos reais de empresas que melhoraram a sua competitividade através do VSM.
    Recolher Dados Gradualmente
      Solução: em vez de tentar mapear todo o processo de uma só vez, começar por uma secção específica ou fluxo mais simples.
      Como Fazer: dividir o projeto em fases e validar os dados recolhidos em pequenos passos.
      Exemplo: mapear apenas a área de montagem inicial antes de expandir para a linha completa.
    Simplificar Processos Complexos
      Solução: usar sub-mapas ou dividir o fluxo em partes menores para facilitar a análise de processos complexos.
      Como Fazer: criar mapas separados para diferentes produtos ou fluxos paralelos e consolidá-los numa análise geral.
      Exemplo: separar o mapeamento de fluxos de produtos standard e personalizados.
    Adotar Tecnologias de Apoio
      Solução: utilizar software de mapeamento de processos e ferramentas digitais para recolha e visualização de dados.
      Como Fazer: implementar sensores IoT para monitorizar tempos de ciclo em tempo real e softwares que gerem automaticamente mapas digitais.
      Exemplo: sistemas como o Microsoft Visio ou Lucidchart podem facilitar o desenho e atualização do VSM.
    Foco na Comunicação
      Solução: alinhar os fluxos de informação com os fluxos de materiais através de sistemas integrados, como ERP (Enterprise Resource Planning).
      Como Fazer: configurar alertas e atualizações automáticas de ordens de produção, integradas com as operações na linha de produção.
      Exemplo: automatizar o envio de ordens de produção quando um inventário atinge o nível crítico.
    Formação Especializada
      Solução: investir em formação prática sobre a aplicação do VSM e os conceitos Lean.
      Como Fazer: contratar consultores especializados ou inscrever os gestores em programas de certificação Lean.
      Exemplo: cursos de Lean Six Sigma que incluem módulos específicos sobre o uso de VSM.
    Calcular e Demonstrar o ROI
      Solução: antes de iniciar, realizar uma análise custo-benefício para prever os ganhos esperados com a implementação do VSM.
      Como Fazer: apresentar estimativas claras sobre a redução de desperdícios, ganhos de produtividade e impacto na satisfação do cliente.
      Exemplo: demonstrar como uma redução de 30% no tempo de espera resultará em mais capacidade produtiva.
    Conclusão
    A implementação do VSM na indústria transformadora exige planeamento cuidadoso, comunicação eficaz e competências técnicas, mas os desafios podem ser superados com alternativas estratégicas. Investir na formação das equipas, recolha gradual de dados e adoção de tecnologias são passos fundamentais para garantir que o VSM resulte em processos mais eficientes e alinhados com as necessidades dos clientes e da empresa.

Recomendações

    Para além dos desafios e alternativas já mencionados, recomendações adicionais podem garantir o sucesso na implementação do Value Stream Mapping (VSM). Estas práticas vão além da técnica e envolvem aspetos estratégicos, culturais e operacionais fundamentais para maximizar os benefícios da ferramenta.
    Envolvimento das Partes Interessadas
      Descrição: a implementação do VSM deve envolver todas as partes interessadas no processo, incluindo gestores, operadores e fornecedores.
      Recomendações:
        organizar reuniões iniciais para alinhar expectativas e objetivos.
        envolver os colaboradores diretamente ligados às operações para garantir que os dados recolhidos refletem a realidade.
        promover uma cultura de transparência e confiança, reduzindo resistências.
    Escolha do Processo Certo para Iniciar
      Descrição: selecionar o processo certo para mapear é essencial para obter resultados significativos e inspirar confiança na ferramenta.
      Recomendações:
        começar com processos que tenham um impacto direto no cliente.
        escolher processos com gargalos evidentes ou problemas frequentes.
        preferir processos relativamente simples para as primeiras aplicações, permitindo aprendizagem e ajustes antes de abordar fluxos mais complexos.
    Formação e Capacitação
      Descrição: garantir que a equipa responsável pela implementação do VSM compreende a ferramenta e os princípios Lean associados.
      Recomendações:
        fornecer formação prática em VSM e melhoria contínua.
        incentivar a certificação Lean (como Lean Six Sigma Green Belt ou Black Belt) para líderes de projeto.
        criar workshops internos para que os colaboradores possam praticar a aplicação do VSM em processos simulados antes de aplicá-lo na realidade.
    Recolha Precisa de Dados
      Descrição: a qualidade do mapeamento depende da precisão dos dados recolhidos, incluindo tempos de ciclo, inventários e tempos de espera.
      Recomendações:
        utilizar métodos confiáveis para recolher dados, como cronómetros para medições de tempos de ciclo e verificações visuais para inventários.
        recolher dados ao longo de um período representativo, evitando amostras baseadas em picos ou variações atípicas.
        validar os dados com os operadores para garantir a sua exatidão.
    Utilizar o VSM como Parte de uma Estratégia Lean
      Descrição: o VSM deve ser integrado numa abordagem Lean mais ampla, alinhada com os objetivos estratégicos da organização.
      Recomendações:
        incorporar o VSM em programas de melhoria contínua, como Kaizen ou Six Sigma.
        alinhar o mapeamento do fluxo de valor com as metas de curto e longo prazo da empresa, como redução de custos, melhoria da qualidade ou tempos de entrega mais curtos.
        realizar revisões regulares para monitorizar a eficácia das melhorias implementadas.
    Concentração no Cliente
      Descrição: o VSM deve sempre ser conduzido a partir da perspetiva do cliente, com o objetivo de maximizar o valor entregue.
      Recomendações:
        identificar as necessidades do cliente e garantir que todas as melhorias propostas refletem essas expectativas.
        medir continuamente a satisfação do cliente para avaliar o impacto das mudanças no fluxo de valor.
    Planeamento do Estado Futuro
      Descrição: o desenho do estado futuro é uma das fases mais críticas do VSM, pois define as mudanças a serem implementadas.
      Recomendações:
        focar-se em eliminar desperdícios evidenciados no estado atual, como tempos de espera e inventários excessivos.
        desenhar um estado futuro realista, considerando os recursos e as capacidades atuais da organização.
        priorizar melhorias que possam ser implementadas rapidamente, gerando vitórias rápidas para motivar a equipa.
    Monitorização e Ajustes Contínuos
      Descrição: o VSM não é uma solução única; é uma ferramenta dinâmica que deve ser revisitada e ajustada conforme necessário.
      Recomendações:
        monitorizar os resultados das alterações implementadas, utilizando indicadores-chave de desempenho KPI’s como tempos de ciclo, lead time e inventários.
        reavaliar o fluxo de valor periodicamente para identificar novas oportunidades de melhoria.
        garantir que as mudanças introduzidas se mantêm e que os colaboradores aderem às novas práticas.
    Comunicação Clara e Constante
      Descrição: uma comunicação eficaz é essencial para manter todas as partes informadas e envolvidas durante o processo de implementação.
      Recomendações:
        partilhar os resultados do mapeamento do estado atual com todos os envolvidos, destacando os problemas e oportunidades identificados.
        explicar o racional por trás das mudanças propostas no estado futuro.
        promover um canal aberto para feedback e sugestões.
    Acompanhamento de Indicadores Financeiros e Operacionais
      Descrição: para demonstrar o valor do VSM, é essencial quantificar os ganhos em termos financeiros e operacionais.
      Recomendações:
        medir a redução de custos, tempos de produção e melhorias na qualidade após a implementação.
        comparar indicadores antes e depois das mudanças, destacando percentagens de melhoria para reforçar a confiança na ferramenta.
        comunicar os ganhos financeiros e de eficiência a toda a organização.
    Estas recomendações garantem que a implementação do VSM seja estruturada, eficiente e orientada para resultados. O foco em formação, precisão dos dados, envolvimento das equipas e monitorização contínua assegura que as melhorias propostas sejam sustentáveis e marcantes.

Aspetos Adicionais a Considerar

    Integração do VSM com Outras Ferramentas Lean
      Relação com o Kaizen: o VSM é muitas vezes um ponto de partida para identificar áreas que precisam de eventos Kaizen, promovendo melhorias rápidas e focadas.
      Combinação com o 5S: o VSM ajuda a identificar áreas onde o 5S pode ser implementado para melhorar a organização e a eficiência.
      Sinergia com o Kanban: no mapeamento de processos, o VSM pode apontar para a necessidade de sistemas Kanban, ajudando a criar fluxos mais contínuos e eficientes.
      Vinculação ao SMED ): o VSM pode destacar gargalos relacionados com tempos de setup, sugerindo melhorias através do SMED.
    Utilização do VSM para Análise Sustentável
      Mapeamento de Fluxos Ambientais:
        Além de identificar desperdícios operacionais, o VSM pode ser adaptado para mapear desperdícios ambientais, como consumo excessivo de energia, água e emissões de carbono.
        Exemplo: identificar processos com maior impacto ambiental e propor alternativas mais sustentáveis.
      Integração com Estratégias ESG (Environmental, Social, Governance):
        O VSM pode ser usado para alinhar processos com metas de sustentabilidade, como redução de resíduos ou uso eficiente de recursos.
    Adaptação do VSM ao Ambiente Digital
      Indústria 4.0 e VSM:
        Com o avanço da digitalização, o VSM pode ser integrado com tecnologias como sensores IoT, big data e análise em tempo real para recolher dados automáticos e dinâmicos dos processos.
        Exemplo: um mapeamento digital que acompanha o fluxo de produção em tempo real pode identificar gargalos instantaneamente.
      Automatização do Mapeamento:
        Ferramentas digitais como softwares de ERP podem ser configuradas para gerar mapas de fluxo automaticamente, atualizando-os à medida que os processos mudam.
    Abordagem Estratégica ao VSM
      Alinhamento com a Cadeia de Valor:
        O VSM não se limita ao mapeamento interno; ele pode ser expandido para incluir fornecedores e clientes, oferecendo uma visão completa da cadeia de valor.
        Exemplo: Trabalhar com fornecedores para reduzir tempos de entrega ou otimizar fluxos de materiais.
      Planeamento de Capacidades e Expansão:
        O VSM pode ajudar a planear expansões ou reconfigurações de linhas de produção, identificando o impacto esperado nos fluxos de materiais e informações.
    Capacitação Contínua
      Formação em Equipas Multifuncionais:
        Além da equipa de melhoria contínua, é importante formar colaboradores de diferentes departamentos, garantindo que todos compreendem os princípios e benefícios do VSM.
      Simulações e Exercícios Práticos:
        o Antes de implementar o VSM em processos reais, simulações podem ser úteis para treinar equipas e identificar potenciais dificuldades.
    Medição do Impacto Pós-Implementação
      Definição de Indicadores-Chave de Desempenho (KPI’s):
        o Os KPI’s devem incluir métricas específicas para medir o impacto das mudanças, como:
          Redução de tempos de ciclo.
          Diminuição de inventários.
          Aumento na taxa de entregas no prazo (On-Time Delivery – OTD).
      Revisão Contínua:
        O VSM não deve ser visto como uma atividade pontual; ele deve ser revisto regularmente para garantir que o fluxo de valor continua eficiente e alinhado com os objetivos estratégicos.
    Limitações do VSM e Cuidados Necessários
      Simplicidade em Processos Complexos:
        Embora eficaz, o VSM pode simplificar demasiadamente processos altamente complexos, ignorando variáveis importantes. Nestes casos, é necessário complementar o mapeamento com análises mais detalhadas.
      Foco no Cliente Final:
        O VSM pode, por vezes, concentrar-se demasiado nos fluxos internos, negligenciando a experiência do cliente final. É essencial considerar sempre o que agrega valor para o cliente.
    Exemplos Práticos em Diferentes Áreas
      Setor Logístico:
        O VSM pode mapear fluxos de transporte, identificando desperdícios como tempos de espera e rotas ineficientes.
      Gestão de Serviços:
        Em setores como saúde e educação, o VSM pode ser aplicado para reduzir tempos de espera dos pacientes ou melhorar a eficiência de processos administrativos.
      Desenvolvimento de Produtos:
        O VSM também é eficaz em fluxos de design e engenharia, identificando etapas desnecessárias no ciclo de desenvolvimento.
    Embora já tenha sido abordado o essencial sobre o VSM, estas considerações adicionais destacam a sua versatilidade e aplicabilidade em diferentes contextos. Integrar o VSM com outras ferramentas, explorar a sua relevância em áreas como sustentabilidade e digitalização, e medir continuamente o impacto das mudanças são passos importantes para garantir o sucesso da sua implementação.

Exemplos de simbologia VSM

Exemplos de Símbolos VSM
Símbolo Designação Descrição
Caixa de Processo Representa uma etapa ou atividade do processo, como montagem, inspeção ou transporte.
Inventário Indica a acumulação de materiais ou produtos entre etapas do processo.
Seta Sólida Representa o fluxo físico de materiais entre as etapas do processo.<
Seta Pontilhada Indica o fluxo de informação como ordens de fabrico ou comunicações.
Cliente / Fornecedor Colocado no canto superior esquerdo de um mapa de fluxo representa o fornecedor (início do fluxo de material). Colocado no canto superior direito representa o cliente.
Caixa de Dados Utilizada para adicionar informações sobre etapas, como tempos de ciclo, tempos de espera, número de operadores e outros dados relevantes.
Retirada de material Indica remoção física de stock armazenado em supermercado.
Supermercado Indica um ponto de armazenamento intermediário, onde componentes estão disponíveis para serem retirados consoante a necessidade da etapa seguinte.
Remessa externa Indica remessa de fornecedor ou para cliente

Conclusão

    Na indústria portuguesa, marcada por inovação e resiliência, o VSM não é apenas uma técnica – é um convite para liderar a mudança.
    Implementar esta ferramenta é mais do que melhorar processos; é demonstrar o compromisso com a excelência, a sustentabilidade e a liderança no mercado europeu e global.
    A transformação começa com um simples passo: mapear o estado atual, visualizar o futuro desejado e, com determinação, fazer acontecer.
    O VSM é o mapa que conduz a sua organização para um amanhã mais eficiente, produtivo e competitivo.
    Seja o gestor que impulsiona esta mudança e coloca a organização no caminho da liderança e do sucesso sustentável!